domingo, 31 de janeiro de 2016

RODOVIA


Estrada: um dos melhores lugares do mundo para encontrar a si mesmo.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

sábado, 30 de janeiro de 2016

PLEBE RUDE


Selva de concreto aparente, zunidos infinitos, barulhos constantes, promoções intermináveis, motores, trens, helicópteros, motocicletas, sapateados, burburinhos vocais, espirros da época, apitos corretivos, zangados, amáveis, freadas, construções, marteladas, alarmes, sirenes, o patrão enlouqueceu e a oferta é exclusiva! Citadinos do Baixo Centro belo-horizontino em seu habitat mais envolvente. É o "down" do "town". Gostem ou não gostem, isso é BH em seu elixir popular. Faz a metrópole ser pluricultural e rítmica. És bela, és forte, impávido colosso mineiro.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

CRONISTAS DO SINAL VERMELHO


Explorações urbanas são a nossa sina. Em nossas veias rasgam avenidas e linhas de metrô. Nossos olhos são clarabóias de grande diametragem, capazes de deixar até o mais insignificante fio de luz acessar o interior. Nossos nervos são fibras-óticas vigorosas como uma internet oriental. Os ouvidos sensíveis caçam até o som do unieverso em expansão no momento em que a luz do sol toca a superfície da Terra. E em nossos pulmões assopram os castos ares dos parques e das colinas mineiras. Somos curiosos, inquietos, exploradores. Somos atrevidos, ousados, descarados. Somos travessos, ecléticos, pioneiros. Astutos, xeretas, abelhudos. Entusiasmados, observadores, repórteres. Agitados, românticos, sensíveis. Espontâneos, desapegados e habilidosos. Perambulamos armados com Nikons e Fujis, e três-oitão é para os fracos... caçamos com 50mm no gatilho. Sempre a procura de imagens e sentimentos. Somos andarilhos urbanos, naturais e viajantes. Andamos em bando, andamos sozinhos. Somos da tribo.  Somos fotógrafos, cidadãos do mundo, brasileiros com orgulho, habitantes da maior metrópole do pão de queijo que existe no planeta.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia
Na foto: Professor Marcelo Santos

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

BABILÔNIA


O clima das serras, o céu inconstante, o cidadão misterioso, a urbe gigante, as imensas avenidas que rasgam bairros ao meio como navalhas. Andar pela cidade e sentir o ar da metrópole: como pode haver um lugar tão intenso e extenso? Prédios que parecem querer tocar os céus, civis com apreço pelo futuro. Uma urbe poderosa e magnânima; com culturas e tradições que vão se moderando e alternando conforme vamos nos avançando em suas longínquas regiões. Como pilar central da economia de um dos principais estados da nação, Belo Horizonte pulsa e o mundo toma nota. E conforme o tempo avança, a cidade se transforma, afim de se destacar cada vez mais entre o olimpo das maiores metrópoles do planeta.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

TRABALHO É O REGIME DE ORDEM


Mudança, instabilidade, inconstância e ansiedade são palavras que as pessoas temem profundamente. Todo mundo procura um emprego fixo, um relacionamento seguro, uma forma de viver com estabilidade. Mas o que poucos sabem é que para o caixão levaremos apenas o nosso corpo sem vida; e a estabilidade nos impede de viver novas aventuras e descobrir novas coisas. Aos que possuem a afamada estabilidade, todo santo dia é a mesma coisa. Acordam, tomam café, pegam trânsito para chegar ao trabalho, contam as horas para ir embora, contam as horas pra chegar fim de semana, contam os meses para tirar férias e se esquecem que, como seres humanos, precisam de criar novas coisas e viver novos desafios para dar sentido ao sangue quente que corre por suas veias. Conheço pouquíssimos funcionários públicos (concursados) felizes com sua vida e carreira. A maioria sofre de depressão e não sabem que rumo tomar na vida, já que ansiedade é uma palavra que eles riscaram do dicionário. E, como empreendedor, e alguém que vive em cada dia um dia diferente, posso dizer com veemência que não há nada melhor que estar ansioso por algo. Nada melhor que buscar fazer sempre coisas diferentes, empreender o lado profissional e pessoal, arriscar, ousar. Como costumo dizer, a vida está acontecendo nesse instante. Não viva para o amanhã, viva para o agora, viva intensamente. Ame as pessoas como se fosse o último dia. O que você está fazendo nesse exato momento? Você faz o que gosta ou está à espera de um milagre? Sua vida é a maior mágica da natureza. O paraíso é a Terra, maravilhoso planeta recheado de infinitas possibilidades. Cada segundo que se passa é um segundo a menos de vida, portando, não devemos desperdiçá-los. Eternidade? Que seja eterno enquanto dure. Aproveite: você não terá outra chance. Decida o que for melhor pra sua vida, opte pelo que vai lhe fazer feliz, e não apenas pelo que lhe dá estabilidade, não apenas pelo que você faz sem medo de fazer. Ter medo é positivo e nos mostra que optamos pelo caminho certo, porém, recheado de grandes surpresas. A vida é assim. De nada adianta termos estabilidade se não sabemos como será o dia de amanhã. Pergunte-se: se HOJE você for atingido por um carro e morrer... sua vida valeu a pena? Ou você viveu para agradar o outro? Pra ter estabilidade? A morte nos mostra que estabilidade é uma palavra utópica. Tudo só vale a pena se for vivido intensamente. Cuide-se... e tenha fé na tábua!

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

domingo, 24 de janeiro de 2016

RECEITA


Para reproduzirmos a receita das grandiosas cidades, precisamos de temperos cuidadosamente selecionados:

- O Fermento -

Essa é a substância principal, pois é ela quem faz a cidade crescer, progredir e ficar bonita, vistosa. O fermento que usamos em grandes cidades são as pessoas. Gente com forte tradição cultural; cidadãos convictos e trabalhadores.

- A Massa -

O item que dá volume à nossa cidade é o concreto. Se bem empregado pelo fermento, ele garante que uma urbe esbelta, moderna e dinâmica.

- O Tempero -

Desde a antiguidade, buscamos os melhores temperos nas mais diversas matas. E são elas os principais condimentos que usamos nas bem sucedidas metrópoles... os parques e as praças! Nas cidades, não precisamos ter medo de exagerar no tempero, pois, do contrário das outras receitas, quanto mais condimentado, melhor!

- O Forno -

Para cozermos uma cidade, temos que ter o clima ideal, para não estressarmos nosso fermento. Por isso, a localização da cidade tem que ser privilegiada, em uma área não muito quente, não muito fria, relativamente úmida, com brisas agradáveis o ano todo.

Pronto! Seguindo a receita direitinho, não tem erro. A propósito, essa é a receita de Belo Horizonte, uma das mais bem acertadas receitas de cidade que existe.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

sábado, 23 de janeiro de 2016

O CÉU DE AGORINHA


Um maravilhoso pôr do sol acaba de suceder-se, transformando a imensa abóboda celeste em uma fauvista pintura em tela. A natureza rivaliza com Matisse e eu engulo a cena em minha câmera que tem fome de vida.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

FLATULÊNCIAS URBANAS


Uma retórica visual da enodoada tangente citadina, congelada em um instantâneo recesso. No centro de tudo, à margem de todos. Resíduos capitalistas inevitáveis embaixo da massa de concreto que mais sustenta o símbolo do capital. Verdades folclóricas; ninguém vê, ninguém viu, ninguém quer saber. Criamos nossos próprios nódulos, alimentamos nossa própria úlcera. É como um fumante, que mesmo sabendo dos riscos, não abandona o vício, pelo puro e simples acomodamento. Deslizamos pelo asfalto em nossas caixas de metal, flutuando pelas cidades, indo do ponto x ao y, cegamente ignorando nossas emergências. Mr. Sapiens vai mal.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

VIADUTO SOBRE VIADUTO


Interessante o aspecto dos dois viadutos sobrepostos no cruzamento da Av. Nossa Senhora de Fátima com Via Leste-Oeste. Representam bem as vias de locomoção urbanas em uma única fotografia: as avenidas, para os veículos motorizados; a calçada, para pedestres; a linha de metrô e trem, no viaduto mais baixo; os céus, que transportam aviões e helicópteros; e até a ciclovia, que não dá pra ver na imagem, mas passa do outro lado da avenida, em baixo do complexo. Só faltou o BRT, mas essa região ainda não foi beneficiada com o sistema. Vale dizer que embaixo disso tudo passa um enorme rio, o Arrudas, que poderia também servir de locomoção se não tivesse sido tampado.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

BURGUESIA SÓBRIA


Que na calada da noite, assiste do alto de seus aposentos, a cidade acalantar-se.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

GRISALHA ABÓBODA CELESTE


Tarde cinza e chuvosa na metrópole das alterosas.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

NOSSAS RUAS E AVENIDAS POSSUEM PÉSSIMOS NOMES


Nomes horrorosos. Isso em BH e em todo o país. Falta poesia nos títulos de nossas avenidas, que se restringem a nomes de políticos em sua grande maioria. Afonso Pena, Bias Fortes, Antônio Carlos, Cristiano Machado, Otacílio Negrão de Lima, Getúlio Vargas, Bernardo Vasconcelos, Presidente Carlos Luz, Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek, Prudente de Morais, Olegário Maciel, Augusto de Lima, Álvares Cabral, dentre muitas outras. Isso sem contar as ruas... são milhares que começam com "deputado" alguma coisa. A rua que moro mesmo é "deputado" fulano de tal. Insignificante, ainda mais no cenário político atual brasileiro. Muitos dos parlamentares nunca ouvimos falar na vida. Porque não temos, em BH, uma avenida chamada Tom Jobim? Grande músico brasileiro; deveria ser homenageado na cidade. Homenageamos apenas os políticos. Ou melhor, eles mesmos se homenageam, já que são eles que propõem tais nomenclaturas. Deveríamos ter avenidas com nomes que remetem à nossa cultura... como Avenida do Pão de Queijo! Pensem, que máximo, uma avenida que homenageia a principal iguaria mineira? Avenida Cafezinho. Avenida Arroz com Pequi. Avenida Feijão Tropeiro. Avenida Queijo com Goiabada. Que tal? Ok, muito gastronômico, mas seriam vias icônicas. As pessoas ligariam umas pra outras combinando encontros, dizendo: "Opa, estou lhe esperando aqui na Broa de Fubá, esquina com Queijo Canastra". Sensacional! Ou podíamos, então, homenagear nossas belíssimas regiões mineiras, usando nomes como Avenida Vale do Jequitinhonha; Avenida Triângulo Mineiro; Avenida Serra do Cipó; Avenida Sul de Minas... ou mesmo, Avenida Minas Gerais! Cidades de todo o país possuem uma Avenida Minas Gerais. E nós, de Belo Horizonte, capital de MG, não. Revoltante isso. A Afonso Pena deveria se chamar Minas Gerais. Deveríamos ter avenidas com nomes dos nossos músicos e bandas: Avenida Jota Quest, Avenida Skank, Avenida 14 Bis, Avenida Milton Nascimento, Avenida Lô Borges, Avenida Tianastácia, Avenida Cartoon, Avenida Vander Lee, Avenida Fernanda Takai, Avenida Clube da Esquina, Avenida Sepultura... hum... não, sepultura não... porquê ninguém iria querer passar nela. A banda é ótima, uma das maiores bandas de rock do planeta, mas tal título poderia gerar controvérsias em uma via pública. Existem alguns bairros que homenageiam em suas ruas lugares interessantes, flores, espécies de pássaros, nomes de países ou nomes de profissões. Bacana! Mas são poucos os bairros assim. Aliás, até nossos equipamentos públicos também possuem nomes de parlamentares: Estádio Governador Magalhães Pinto. Péssimo!!! Deveria ter o nome de nosso principal expoente futebolista, Tostão. Ok, o nome popular que prevalece, e Mineirão é um nome excelente. Mas o oficial deveria homenagear algum de nossos jogadores, como fizeram em Brasília, com o Mané Garrincha. O pior é quando envolvem nomes de cardeais e religiosos, como Rodovia João Paulo II, Av. Dom João VI ou Rua Padre Pedro Pinto. Um estado laico não deveria permitir essas coisas. Daqui a pouco surgirão avenidas com os nomes de nossa bancada atual. Avenida Marco Feliciano. Já pensou? Aí eu me mudo de vez...

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia
AARÃO REIS


Chove chuva, chove sem parar!

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

domingo, 17 de janeiro de 2016

CIDADE CLÁSSICA


Metrópole luz, trem na linha, raio que tange, caminhar expresso, carros milhares, esquinas milhões, sempre uma direção. Frio da esfera citadina: a grande urbe e seu extenso âmago, início vetorial, núcleo poderoso, úmidos guetos, reduto financeiro, lar de baderneiros; cerne que reúne todo o potencial de uma colmeia humana em sua essência. Fatiado diariamente, rasgado por muitos, sentenciado pela maioria. Caos do pico; café e fotografia; cinema e pipoca; prosa e companhia. Bossa no ar, choro na água. Armas, Hildas, Vito Corleones, loiras do Bonfim e o sete-pele veste Prada. Trapos, chiques, líderes, matutos, hipsters, gays, crentes e descrentes. Soul na vitrola, mão na viola, jazz à marola, funk da rebola. Infartos diários, peca pelo excesso, exagera na pimenta, mas ergue-se como fênix, sob cheiro de pão e manteiga.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

INSÔNIA


A dor de estômago me corrói como uma úlcera predestinada a me matar. Deu fome, vou buscar um café na esquina. São 3h20' da manhã e eu não aguento mais a película policial que passa agora no corujão. Meus olhos ardem, pedem por sossego, mas meu corpo amaldiçoado pela insônia insiste em me atormentar. Será que o Seu Caldeira já passou a água no pó? Desço pela escadaria do Financial afim de me esquecer do ocorrido. Sou um velho desprezado pelo tempo e pela minha própria história. Olho a avenida e sinto-me seguido pela madrugada que bordeja a cidade, como uma folha seca navega junto ao vento. Cada destino que ladeia aquela via representa uma passagem de minha humilde biografia. Sozinho, como convém um cidadão que se atreve sair do abrigo naquele horário, acendo o último crivo do maço que me resta a fim de transformá-lo em companhia. Chego ao estabelecimento e noto que Caldeira não se encontra, e sim seu rebento, Tadeu. Insisto em acreditar que Caldeira, meu companheiro de longas jornadas, ainda está ali servindo seu aromático cafezinho. O desespero bate à porta, era o que me restava na vida. Hoje, solitário como Prometeu que perdia o fígado para um pássaro, preferia estar ao lado do velho comerciante cafeeiro.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

OESTE


O grande Vetor Oeste de Belo Horizonte e seu maravilhoso céu vespertino.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

BURINIGHT


Buritis, um dos maiores e mais densos bairros de Belo Horizonte, em uma cintilante e chuvosa noite de quarta-feira.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

CIDADE SOBRE AS SERRAS


Belo Horizonte, uma metrópole esparramada sobre as serras e morros de Minas Gerais, circunstância que garante a nós, cidadãos, as mais belas vistas e os mais amplos panoramas. Há inclusive uma pesquisa, a qual tive contato há uns anos atrás, que defendia que pessoas que moram em lugares de onde visualizam-se horizontes infindáveis possuem mais perspectivas de vida que os cidadão que moram em locais sem vistas. É como se uma vista ampla trabalhasse o psicológico de cada um instigando-o a explorá-la. Quando vivemos em locais desprovidos de vistas, ficamos fadados a estreitar nossas perspectivas, como se não houvessem novos horizontes a serem desbravados. Claro que há controvérsias e exceções, mas a pesquisa faz algum sentido. Eu mesmo me sinto muito bem em locais altos. Sinto-me livre, pareço respirar e pensar melhor quando tenho céus e horizontes desprovidos de obstáculos sob meu testemunho. Sinto-me bem naquele local, porém, com uma imensa vontade de explorar o que vejo. Infelizmente não tenho mais a fonte e nem me lembro qual instituição promoveu tal análise; portanto, vou parar por aqui e ir ali contemplar mais um pouquinho uma das maiores virtudes de nossa grande cidade: o horizonte.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

domingo, 10 de janeiro de 2016

SOBRE HOJE


O grandioso céu da tarde deste domingo ilustrou como há de ser o restante da semana: maravilhoso!

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

sábado, 9 de janeiro de 2016

VESPERTINO


Um panorama da acalorada tarde de hoje em Belo Horizonte.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

TRÊS


"Dois e dois são três" disse o louco.
"Não são não!" berrou o tolo.
"Talvez sejam" resmungou o sábio.

Sképsis, José Paulo Paes

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© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

ENCONTRE O ERRO


Viaduto B em um dia cinzento rumo ao centro dentro de um carro vermelho sentindo o vento que vai de encontro ao rosto seco. Vou ao trabalho chato no escritório frio na Mato Grosso com Olegário incluir cadastro e digitar um maço de contrato do comércio do chefe tosco. Arroto coentro do feijão do almoço do tio Evaldo que vive no bairro Serrano. Lembro que o jogo de sábado deu medo do árbitro com cara de monstro que apitou o clássico do zêro com o galo. Domingo vou ao teatro com o sogro gaúcho e o cunhado que mora no Horto. Dezembro parto pro Espírito Santo ver praia ver cerva ver água de coco com bife e batata areia no cofre. Minha vida é um barato pois moro num canto mineiro com trânsito louco e confuso mas o céu é lindo cidade que tem de tudo.

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

DESENVOLVIMENTO GEOMÉTRICO


Histórias urbanas venho lhes contar. Crônicas citadinas, narrações visuais, frames jornalísticos, antiutopias utópicas, passeios banais, caminhadas severas, semióticas da grande cidade de Belo Horizonte e seus faustos habitantes. A cada click, um conto!

© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia

domingo, 3 de janeiro de 2016

DE BH PARA BRASÍLIA


Obviamente, a foto de hoje não é de BH. É de sua bela irmã mais nova, Brasília. Sim, Belo Horizonte e Brasília possuem estreitas relações, as quais poucos brasileiros conhecem. Vou citar algumas delas:

  • São as duas maiores cidades planejadas do Brasil.
  • Ambas possuem lagoas artificiais que são referência turística nacional, a Pampulha e o Paranoá.
  • Entre elas existe a maior ponte aérea do Brasil fora do eixo Rio-SP.
  • Brasília foi idealizada por Juscelino Kubitscheck, mineiro, diamantinense, que foi prefeito de BH e governador de Minas Gerais. Inclusive, JK deu preferência para engenheiros mineiros para projetar a parte estrutural de Brasília e dos edifícios públicos.
  • Boa parte dos grandes políticos de impacto nacional em Brasília saíram de MG: Afonso Penna, Juscelino Kubitscheck, Tancredo Neves, José Alencar, Itamar Franco, Dilma, Aécio Neves, Milton Campos, Gustavo Campanema,
  • Apesar da população metropolitana de BH ser quase o dobro de Brasília, as cidades possuem dimensões bastante semelhantes.
  • Até o clima é semelhante entre ambas cidades. Há tempos atrás Brasília era bem mais quente, mas atualmente não há grandes diferenças.
  • BH e Brasília são as maiores referencias nacionais da arquitetura modernista, sendo os principais ateliês de Oscar Niemeyer. Foi a partir de BH que o arquiteto se lançou ao mundo. E foi em Brasília que ele se consolidou.

Porém, como dizem, os opostos se atraem, pois, apesar das semelhanças, fisicamente são cidades completamente diferentes:

  • Brasília não tem semáforos; BH é infestado deles.
  • Belo Horizonte é uma cidade densa, com muitas construções altas e pouco espaço entre as edificações; já Brasília é uma cidade espalhada, possuindo edificações baixas e pouca densidade urbana.
  • A economia de ambas cidades é bastante distinta. A Região Metropolitana de BH baseia sua economia no setor industrial e prestação de serviços. Já em Brasilia o foco é a administração pública e os pequenos comércios.
  • BH tem relevo acidentado, dotada de muitas serras; já Brasília é bastante plana, desprovida de morros.
  • Os ipês em Brasília são predominantemente amarelos; e em BH, roxos.
  • Brasília não tem esquinas; já BH, mais de um milhão…


Fica aqui minha homenagem à capital federal, cidade que me acolheu por 10 anos, que me ensinou fotografia… e me presenteou com a melhor esposa que um homem pode ter.



© Charles Tôrres / BH - Uma Foto por Dia