quinta-feira, 30 de abril de 2015

LUTO


E, mais uma vez, estou em luto. Hoje estou em luto por uma das maiores perdas culturais de todos os tempos: a Rádio Guarani FM. São 35 anos de uma rádio maravilhosa, que toca jazz, clássico, MPB rock e internacional como nenhuma outra. Posso dizer seguramente que é (era...) a melhor rádio do país. Como músico, compositor de trilhas sonoras, conheço bem as radiofusoras brasileiras, e nunca ouvi, em cidade alguma, a programação que a Guarani nos ofereceu. Uma rádio sensacional, de onde pude conhecer grandes talentos, como Afonsinho, Uakti, Vander Lee, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan... posso citar dezenas de nomes. Vai nos deixar muita saudade! BH não será mais a mesma sem Cinema Songs, Um Toque de Clássico, Kakophonia... e o melhor de todos: Nota Jazz! Ahh, só musicão. Meu coração está apertado, como se eu tivesse perdido alguém. E ao mesmo tempo, me revolta ver a cena cultural brasileira tão sucateada! Vejo cada vez mais jovens consumirem tão pouca cultura. Nossas músicas estão péssimas, a programação da TV aberta parece ser feita para acéfalos, as rádios estão cada vez mais obsoletas, com programação perturbadora. Como disse Lígia, minha esposa, hoje no carro com o pronunciamento oficial da rádio: é o fim dos tempos. Ela está coberta de razão: É O FIM DOS TEMPOS! Não sei o que restará da cultura brasileira dentro de dez ou vinte anos. Por ora, não percamos as esperanças.
E, Guarani FM, estou PUT* da vida por você ter se vendido, se fragilizado dessa forma, e nos deixado órfãos. Poderia ter batalhado mais pela ideologia que você pregou nos últimos 35 anos. Mas, como empresário, sei que não é fácil manter um sonho. Nem tudo depende de nós. Portanto, obrigado por ter contribuído maravilhosamente aos habitantes da Grande BH com sua espetacular programação. E, de fato, você tocou o nosso bom gosto.

- Charles Tôrres

quarta-feira, 29 de abril de 2015

MINHA VISTA


Desde que saí do Bairro Camargos e me mudei para o Centro, vários seguidores do BH - Uma Foto Por Dia me pediram para eu fotografar a vista do meu apartamento. Bom, minha vista atualmente não é tão interessante quanto a vista que eu tinha no apartamento anterior (de onde eu via do Belvedere ao Rola-Moça, da Serra da Piedade ao Barreiro), sendo que não há paisagens naturais, apenas prédios bem próximos uns aos outros... e por isso eu relutei em fotografar tal panorama. Mas hoje o céu que cobria minha rua me chamou a atenção e eu resolvi atender aos pedidos. A rua em questão é a Goiás, próximo ao cruzamento com as ruas Sergipe e Guajajaras.

- Charles Tôrres

terça-feira, 28 de abril de 2015

PÓS SOL


Eixo geocêntrico metropolitano no instante seguinte ao pôr do sol.

- Charles Tôrres

domingo, 26 de abril de 2015

PAPAGAIO


Uma das coisas mais interessantes em Belo Horizonte é sua miscigenação racial, étnica e social. Mesmo que muitos não apreciem tal fato, especialmente os mais abastados, na grande metrópole mineira temos contato com todo tipo de gente, o tempo todo, seja numa feira, num bar, no centro da cidade, num shopping ou num grande evento. Os bairros mais pobres de toda a Grande BH se fundem com os mais ricos de uma forma orgânica e impessoal. Se misturam sem pedir licença. Logicamente, nem sempre foi assim. BH nasceu para ser uma cidade de estirpes higiênicas, como ocorre hoje em outras cidades planejadas. Porém, a ginga pluralista do bom mineiro não deixou que a cidade fosse segregacionista. As camadas sociais estão interpostas de tal maneira que é comum não sabermos onde nos enquadrar nessa história toda. Enquadrar pra quê? Não sou socialista, mas não concordo com segregação social. Me inspira ver o Morro do Papagaio, uma favela (foto) entre o São Pedro, Vila Paris, Sion, Santa Lúcia e o São Bento (entre os mais nobres da cidade). Sou completamente contra qualquer tipo de preconceito, seja por qual for o motivo. Se temos problemas sociais, uma das melhores maneiras de exterminá-lo é o conhecendo e convivendo com ele. Além disso, até que ponto podemos dizer que uma favela é um problema social? Isso depende do ponto de vista, do contexto, da localidade. Um dos mais emblemáticos aglomerados da metrópole mineira, o Morro do Papagaio é uma favela, situada no miolo da Zona Sul, ironicamente comprimida entre diversos bairros nobres da cidade, como dito anteriormente. E, por conta disso, os moradores usufruem de toda a comodidade oferecida pelos bairros abastados. De um lado passa a diplomática Av. Nossa Senhora do Carmo, e do outro, acomoda-se o estreito lago do bairro Santa Lúcia. Apesar da pequena área mostrada na foto, o aglomerado é enorme e conta com cerca de vinte mil moradores. Posso estar enganado, mas acredito que a alcunha "favela" não cabe mais ao local, já que o mesmo possui ruas urbanizadas, asfaltadas, com iluminação elétrica, rede de esgoto água encanada nas residências. Além do mais, a população do morro é pacifica, com praticamente 100% dos moradores trabalhando ou estudando em localidades próximas. Sua localização privilegiada (situando-se a três quilômetros do Centro de BH) faz com que seja cobiçada por estudantes vindos de outros lugares do país, atraídos pelo baixo preço cobrado em aluguéis de pequenos quartos, ante os valores praticados no restante da Zona Sul de Belo Horizonte.

- Charles Tôrres

sexta-feira, 24 de abril de 2015

STREET PHOTOGRAPHY


A fotografia de rua nos dá a oportunidade de explorarmos o espaço urbano em que convivemos e suas milhares de óticas, versões, cores, utopias, formas e fatos. Estudamos a cidade em sua condição de massa imóvel, da mesma forma que avaliamos sua movimentação frenética para conseguirmos melhores instantes fotográficos. O ponto categórico da foto-urbe se dá na dimensão em que se encontra uma massa urbana e suas infinitas possibilidades, sem nos deixarmos cair na tentação do lugar-comum.

- Charles Tôrres

quinta-feira, 23 de abril de 2015

CACHOEIRA DO CIPÓ


Seguindo a linha das fotografias postadas nos últimos dias, um take da estonteante Cachoeira Véu da Noiva, localizada na Serra do Cipó, a 90km do Centro de Belo Horizonte.

- Charles Tôrres 

quarta-feira, 22 de abril de 2015

PAISAGEM DO CIPÓ


Tenho feito passeios maravilhosos pelo entorno da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Como se não bastasse termos uma metrópole completa e multicultural, os arredores também são recheados de excelentes passeios. Nesse feriado que passou estive na exuberante Serra do Cipó, que está localizada a 90 quilômetros a nordeste do Centro de BH, logo depois de Lagoa Santa, na região sul da Serra do Espinhaço, no divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Doce. A maior parte da serra está acomodada no município de Jaboticatubas; portanto, faz parte da Grande BH. É considerado um dos conjuntos naturais mais exuberantes do mundo. Sua história geológica é complexa; e data do período pré-cambriano, com suas rochas arenosas que foram formadas por depósitos marinhos há mais de 1,7 bilhão de anos. E, de fato, o lugar é inexplicavelmente belo e nos faz amar ainda mais essa beleza de estado que é Minas Gerais.

- Charles Tôrres 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

TOPO DO MUNDO


Topo da escala panorâmica; no alto da mais alta rocha; em cima de um amontoado de pedras firmes e com uma das mais belas paisagens de Minas Gerais! Esse é o Restaurante Topo do Mundo, que oferece aos seus visitantes muito mais do que uma simples carta gastronômica. Os fregueses são brindados com a vista que Deus imaginou no instante em que ele criou o mundo. Sim, camaradas: a fotografia de hoje retrata a vista que eu presenciava no momento em que eu degustava um filé recheado com gorgonzola ao molho de alecrim com batatas ao creme. Situado no alto da Cordilheira da Serra da Moeda, a uma altitude de 1500 metros acima do nível do mar, o Topo do Mundo é um restaurante singular; ícone gastronômico nos arredores da Região Metropolitana de Belo Horizonte. E nos faz lembrar que não há de ter mar em Minas Gerais, já que nossas serras valem por mil oceanos. Vale a visita!

- Charles Tôrres 

sábado, 18 de abril de 2015

ÂSCUO FLAMEJANTE


Luz natural... incontestavelmente a mais bela luz para a fotografia.

- Charles Tôrres

sexta-feira, 17 de abril de 2015

ENTORNO


A Região Metropolitana de Belo Horizonte é um aglomerado urbano com mais de 5 milhões de habitantes, sendo ela a terceira maior do Brasil, quinta maior da América do Sul e está entre as 50 maiores do mundo. Uma grande metrópole, formada por centros econômico-financeiros, culturais e industriais que fazem com que BH respire e transpire o verdadeiro significado de "cidade-grande". Porém, bastam 60km de viagem para nos depararmos com a outra face da região: o bucolismo! Ao redor desta suntuosa cidade ainda estão preservados maravilhosos campos e plantações que nos fazem lembrar das origens da nossa extraordinária Minas Gerais. São formações campestres que se fundem com as grandes serras que acomodam nosso estado. Áreas verdes frondosas, rasgadas pelas rodovias que ligam BH ao resto do país. Lugares para vermos e contemplarmos como se, em um breve instante, o mundo ali parou, congelando a cena tal qual uma pintura em tela. Minas são muitas faces, multiculturalidades; mas em qualquer que seja a região, uma coisa é única em qualquer cantinho, em qualquer cidade: a resplandecência do cidadão mineiro e sua simpatia.

- Charles Tôrres 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

MIRANTE


Estamos todos sobre o mesmo horizonte, mas poucos conseguem contemplar suas dimensões.

- Charles Tôrres

quarta-feira, 15 de abril de 2015

AORTA
 

Majestosa Avenida Afonso Pena, que sutilmente rasga ao meio a grande e interminável Região Central de Belo Horizonte. É uma das principais avenidas do Brasil, palco de grandes articulações políticas e financeiras que traçam os destinos da cidade e de todo o país. Seus 5 quilômetros de extensão se estendem de noroeste a sudeste, encontrando-se no trecho grande diversidade e riqueza arquitetônica em estilos de diferentes épocas. Larga, a via possui em alguns trechos mais de dez faixas de rolamento para veículos. A avenida forma um enorme cânion de aço e concreto, graças ao adensamento de edifícios, exceto na parte onde se encontra o suntuoso Parque Municipal Américo René Gianetti. É uma das vias mais democráticas da metrópole, ligando o coração comercial da urbe, na Praça Sete, ao coração empresarial e financeiro, na Savassi. Calcula-se que quase dois milhões de pessoas passam pela Afonso Pena todos os dias.
 
- Charles Tôrres

segunda-feira, 13 de abril de 2015

O CÉU DA SAGRADA FAMÍLIA


Contando com cerca de 40 mil habitantes, o Sagrada Família é o mais populoso bairro da Grande Belo Horizonte. Situa-se na Zona Leste da cidade e é um grande centro comercial desta região, abrigando inúmeros supermercados, lojas de auto-peças, concessionárias e um grande pólo de móveis, com centenas de estabelecimentos no gênero. Nasceu e se povoou no início do século passado sob função de cidade-dormitório aos operários da crescente atividade industrial da região metropolitana; sendo hoje um bairro tipicamente de classe média.

- Charles Tôrres

sábado, 11 de abril de 2015

O PODER DA FELICIDADE


Almejada por muitos, alcançada por poucos, a felicidade é uma dádiva da vida, atrevidamente representada pelo bem estar franco e despretensioso. Costumamos ficar alegres momentaneamente por situações ápices em nossas vidas, como a compra de um bem novo, o aumento de salário ou o sabor de um brigadeiro. Mas a felicidade não é um verbo efêmero. Ser feliz envolve um sentimento de difícil compreensão, já que os que não são felizes estão sempre em busca da alegria material. Ou acham que a felicidade está no outro, o que é pior, já que comprar algo para saciar as tristezas é fácil; difícil é encontrar uma pessoa compatível para se relacionar e buscar a felicidade nela. Tristes são as pessoas que pregam felicidade nas músicas que escutam, nos falsos sorrisos, nas atitudes mesquinhas, mas não sabem apreciar a doçura de um alvorecer ou a singeleza dos animais. Tristes são as pessoas que não sabem acordar de bem com a vida e não conseguem sentir prazer nem no doce sabor do café da manhã. O fato é que a felicidade não envolve bens, salários, doces ou pessoas. A felicidade nada mais é do que o simples prazer em estar vivo. Ser feliz é desfrutar o hoje, independente do que pode vir a acontecer amanhã. Ser feliz é ver beleza até nos mais simples acontecimentos da vida, sem se preocupar com vicissitudes cotidianas. Ser feliz é ter um enorme apreço pelo presente. Ser feliz é amar o seu trabalho e gostar mais da trajetória do que dos resultados. Ser feliz é se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa e construir um castelo ao lado dela, sem despejar suas frustrações como se ela fosse a resolução dos seus problemas. Ser feliz é acreditar que o paraíso é o próprio meio ambiente em que vivemos, que o céu que tanto almejamos nós já alcançamos, e se chama Planeta Terra.

- Charles Tôrres

sexta-feira, 10 de abril de 2015

NIGHT SIDE


 Eis cai a noite na metrópole, instigando nos cidadãos seus instintos mais boêmios...

- Charles Tôrres

quinta-feira, 9 de abril de 2015

MOON

 

Eis que cai a noite por trás dos edifícios que compõem o perfil do hipercentro metropolitano.

- Charles Tôrres

terça-feira, 7 de abril de 2015

IMPRESSIONISMO MINEIRO


E os rajados celestiais seguem pintando os céus do entorno de Belo Horizonte com tons e cores magnificamente lúdicos, transformando a atmosfera metropolitana em um verdadeiro quadro impressionista do século XIX.

- Charles Tôrres

segunda-feira, 6 de abril de 2015

TAMÓIOS


Belo Horizonte e suas entranhas douradas, cânions urbanos em tons aguçados do mais belo flavo alvorecente. O fog pincela as ruas e avenidas, transformando o panorama citadino em uma pintura renascentista in real time. Uma música clássica em forma de vista da janela.

- Charles Tôrres

domingo, 5 de abril de 2015

TRUE COLORS


Cidade cor, furta cor, dos múltiplos horizontes, da heterogeneidade, da multiplicidade e da pluralidade. Cidade das tribos, cidade pujança, cidade alegria, metrópole das incontáveis paisagens. Maquinada e processada por seus cinco milhões e meio de indivíduos. Terceira maior, mais rica e mais populosa área urbana brasileira. Forte, aconchegante, próspera e robusta; BH é um misto de qualidades, emoções e sensações, que vão da diversidade de sabores ao puro ar das serras. Metrópole do mais belo céu e as mais distintas nuances. Emoção!

- Charles Tôrres

sábado, 4 de abril de 2015

HOSPITALAR


Situando-se no bairro Santa Efigênia, a Região Hospitalar de Belo Horizonte abriga os maiores e mais completos hospitais de Minas Gerais, como Hospital das Clínicas, Hospital São Lucas, o Pronto Socorro João XXIII, o Semper, a Santa Casa e o maior hospital da Unimed do Brasil, além de inúmeros prédios comerciais direcionados à instalação de consultórios médicos. Além disso, é uma das zonas mais boêmias da cidade, acomodando, especialmente na charmosa Avenida Brasil, centenas de bares, casas de espetáculo e teatros. É nessa zona hospitalar que fica também o terceiro maior shopping da cidade, o Boulevard Shopping. 

- Charles Tôrres

quinta-feira, 2 de abril de 2015

MERCADO CENTRAL


Um dos maiores e mais tradicionais mercadões do Brasil, o Mercado Central de Belo Horizonte é um espaço singular que promove a divulgação da cultura regional no coração da metrópole mineira. Lá se encontra um pouco de tudo: de queijos típicos aos vinhos requintados. De doces tradicionais aos temperos mais exóticos; ingredientes do mundo todo. Frutas, roupas, bebidas e artesanato variado também marcam ponto no lugar, além dos deliciosos botecos que servem os costumeiros petiscos que são a marca de BH, como o pastel de angu e o bife de fígado com jiló. Uma mistura plural e cosmopolita de cultura popular, gastronomia mineira, tradição e contemporaneidade fazem do Mercado Central um dos espaços mais icônicos da cidade.

- Charles Tôrres

quarta-feira, 1 de abril de 2015

VIOLÁCEO VESPERTINO


Estamos todos sobre o mesmo horizonte, mas poucos conseguem contemplar suas dimensões.

- Charles Tôrres