sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BICICLETAÇO ANALÓGICO


Desde que compramos nossas bicicletas, eu e minha esposa temos vividos grandes aventuras na perturbada malha urbana da metrópole mineira. Estamos indo diariamente de casa para o estúdio pedalando (e vice-versa), trajeto que nos garante cerca de 30km de pedaladas por dia. É interessante observar a cidade sob a perspectiva do ciclista. Vemos mais detalhes, mais belezas, mais degradações. Topamos com alinhamentos que não conhecíamos antes, como a ciclovia de 7km que liga a Gameleira, na Zona Oeste, ao Centro de BH. Nos deparamos também com desalinhamentos, como a ausência de semáforos na entrada para o Anel Rodoviário, no momento em que ele cruza com a Via Expressa. De carro tudo é uma maravilha! O asfalto é perfeito e todas as vias foram feitas pra gente. De bike a coisa toma outro rumo, pois ora estamos reféns das marginais das agitadas vias expressas, ora estamos reféns da ciclovia de calçada... boa, mas com vários obstáculos. Independente de qualquer coisa, esses 30km diários tem sido uma experiência inigualável. Ao invés de perdermos horas e horas na academia, malhando apenas em prol da forma física, estamos torrando nossas calorias com lago simples e eficiente: o trajeto diário para o trabalho. Dizem por aí que o veículo do futuro é a bicicleta; eu concordo plenamente com tal arguição. Percebemos o quanto é fácil deslocar pela cidade de bicicleta. Os empecilhos encontrados pelo caminho nem chegam aos pés dos monstruosos engarrafamentos que Belo Horizonte acomoda todos os dias, muito menos do transporte público ineficiente. Pelo contrário... percebemos o quanto é prazeroso pedalar! O quanto é prazeroso deixar o carro em casa e molhar a camisa, fazer exercício físico, observar a cidade. Claro que, com isso, tenho deixado meus equipamentos fotográficos digitais em casa ou no estúdio, pois são muito pesados. Tenho optado pelas analógicas, pois são leves e pequenas. Estou fotografando com minhas companheiras Nikon FE e Canon AE-1, ambas de 1976. Fiquei analógico no transporte e ainda mais na fotografia. Somos escravos do mundo moderno, das fotos digitais, do transporte motorizado, das amizades cibernéticas, fato que está nos tornando cada vez mais padronizados... homogeneizados... esquecemos o quanto pode ser prazeroso voltar às origens e fazer algo diferente. Como já dizia a Fabiana, uma amiga nossa e ex-aluna do Curso de Fotografia do Estúdio Metrópole: sejamos mais analógicos!

Boa noite.

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