sábado, 31 de janeiro de 2015

VALE


O Memorial Minas Gerais - Vale é um dos espaços culturais mais icônicos do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, pois nos traz uma forma singular de entrar em contato com as nossas próprias tradições e culturas. Diferente dos museus tradicionais, o espaço visa criar uma aproximação entre o espectador e a mostra, contando com cenários reais e virtuais em todos os ambientes. Tudo lá remete à Minas Gerais. As músicas de fundo são de compositores mineiros. As exposições, também. Algumas mostras são permanentes e contam com nomes de autores ilustres, como Lygia Clark, Sebastião Salgado, Carlos Drummond de Andrade e Guimarães Rosa. Em seus 3 pavimentos dividem-se 31 espaços, dentre eles uma midiateca, um café, uma casa de ópera, um panteão de referência à política mineira, um espaço fazenda, um maquetário, uma sala que promove o Modernismo Mineiro; dentre outros. Fundado em 1897, o edifício que hoje acomoda o memorial, em outrora, abrigava a Secretaria do Estado da Fazenda de Minas Gerais, sendo um marco arquitetônico de Belo Horizonte, pois, além de sua arquitetura esplendorosa, é o local onde foi lançada a pedra fundamental da cidade. Vale a visita!

- Charles Tôrres

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

TANGENTE INERENTE


Grande BH e seu surpreendente entorno natural; talvez uma das mais bonitas e completas adjacências naturais entre as capitais brasileiras.

- Charles Tôrres

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

LIMA NOVA


Situada no extremo sudeste da metrópole, Nova Lima é um município pertencente à Grande BH, região que acomoda a maioria dos grandes condomínios da metrópole. Ela recebe um curioso fenômeno bastante peculiar quase todos os dias: as brumas. Serração é comum em todo o país e não é nenhuma exclusividade da Grande BH. O curioso aqui é que ela acontece apenas em um dos lados da serra, sendo que o outro lado (onde fica a massa urbana mais densa de Belo Horizonte) não ocorre. Em alguns pontos a neblina chega a ser tão densa e espessa que chega a encobrir inúmeras serras, transformando toda a região em um enorme mar de brumas. Um espetáculo da natureza!

- Charles Tôrres

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

LIVE IN THE DOWNTOWN


Agora sim, me sinto em casa! Desde o último sábado o Centro de Belo Horizonte é oficialmente minha residência. Bom, eu e minha esposa já vivíamos no Centro praticamente o dia todo, inclusive nos fins de semana. Porém, agora não temos mais os 15km que separavam nossa escola de fotografia de nosso apartamento. Bom, obviamente 15km não é muita coisa, mas para nós, que vivemos no downtown belo-horizontino, essa distância era um empecilho para a plena qualidade de vida. Enfim resolvemos essa questão e hoje somos os mais novos moradores de uma das mais pujantes regiões de BH. O Centro é a pura diversidade e cosmopolitismo! A cada esquina uma novidade, uma loja diferente, um restaurante aconchegante, um café elegante, uma pessoa interessante, uma arquitetura instigante. O Centro é tudo de bom!

- Charles Tôrres

domingo, 25 de janeiro de 2015

FEIRA HIPPIE


A feira de Artes e Artesanato da Avenida Afonso Pena, popularmente conhecida como feira Hippie, ocorre todo domingo na capital mineira há mais de 45 anos. Nasceu em 1969, na Praça da Liberdade, no auge do movimento hippie belo-horizontino. Devido ao seu crescimento, em 1991 ela foi transferida para a Afonso Pena, onde acontece semanalmente, sendo atualmente a maior e mais conhecida feira do Brasil. 

- Charles Tôrres

sábado, 24 de janeiro de 2015

DOCE TEMPESTADE


E os bravos raios urraram forte na noite de ontem, estremecendo Belo Horizonte e iluminando com louvor os acinzentados céus que engrossavam demasiadamente. Porém, apesar do faniquito, caíram gotas incapazes de derreter açúcar. Como dizem, cão que ladra, não morde.

- Charles Tôrres

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

SÃO-PAULIZAÇÃO


Certa vez, em uma reunião com representantes de um dos maiores portais de imóveis do país, ouvi um comentário que me chamou a atenção: "Belo Horizonte são-pauleou"! Perguntei do que se tratava a afirmação e me explicaram que entre os corretores de imóveis do Sudeste correm comentários de que BH, nos últimos anos, sofreu um processo de "são-paulização", e hoje é a cidade brasileira que mais se parece com São Paulo em todos os aspectos, principalmente urbanos e imobiliários, e por isso, a capital mineira tem atraído corretores até de outras regiões brasileiras. Ainda que muitos me questionem, não vejo isso algo negativo. Pelo contrário, Sampa é referência nacional em muitos bons quesitos. O que eu não imaginava era que BH se pareceria com Sampa até no racionamento de água. Poxa vida, Minas Gerais é um dos maiores reservatórios de água doce do planeta (à frente inclusive da Amazônia), e sua capital vai ter que passar por racionamento de água? Das duas uma... ou, de fato, só temos incompetência desvairada governando do estado... ou, de fato novamente, estamos prestes a enfrentar uma crise hídrica mundial sem precedentes, com resultados desastrosos. Façam suas apostas.

- Charles Tôrres

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

SE MEU FUSCA FALASSE


Ele chegou chegando, fazendo estardalhaço como de praxe, proferindo faniquitos costumeiros à sua espécie. Suas formas arredondadas e corpo polido legitimam o charme do bólido alemão desenhando nos longínquos anos 1930. Pois bem, resgatamos este sobrevivente da era Itamar Franco para ser mascote da nossa escola de fotografia, e desde que aportou por aqui, ele não para de ser fotografado por nossa equipe. Está em todas as produções. E, como não poderia deixar de acontecer, hoje ele ilustra a foto do dia, em meio a um cânion de edifícios, no coração da cidade.

- Charles Tôrres

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

BLUE LIFE


E a vida segue me surpreendendo, abençoando nossos caminhos e fazendo do amanhã a nossa maior expectativa.

- Charles Tôrres

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

MAIS DO MESMO


E o pôr do sol segue sendo o maior espetáculo que já presenciei. O mais impressionante é que temos ao nosso dispor tal evento praticamente todos os dias, ainda que poucos se dão conta disso. Eu, como fotógrafo e admirador incondicional da natureza, fiz uma promessa para eu mesmo agora a pouco: a partir de hoje não perderei um pôr do sol sequer em minha vida, salvo sob adversidades fora do meu controle. Recomendo que façam o mesmo!

- Charles Tôrres

domingo, 18 de janeiro de 2015

CIDADE OBSCURA


Toda cidade esconde seus segredos, suas mazelas, delírios e confissões. As metrópoles possuem seus esgotos, abarrotados de restos históricos, alimentados de recessos. Esgotos imundos, cheios de bifurcações, que ora levam nossos excessos aos rios limpos e mares, ora levam à outros esgotos ainda mais sujos. Cruzamentos semelhantes aos das ruas ou avenidas, que contam com interseções que costumam me colocar em profunda reflexão. Ali, naquele ponto, você tem várias opções de caminho a seguir. Caminhos bons, caminhos ruins. Costumo pensar nas divergências que a vida nos impõe. No descrédito que temos com as nas bifurcações da vida. Costumamos já ter em mente qual percorrer... ou estar predestinados a seguir determinado percurso. Mas já parou pra pensar que, ali, você está num ponto o qual costuma ter três, quatro ou mais destinos distintos? Nunca se perguntou onde daria cada uma daquelas vias que ali se intersectam? A vida costuma nos pregar peças parecidas. Te coloca em situações em que você pode escolher pegar o caminho mais fácil e confortável, o qual você já está acostumado e sabe onde vai dar. Conhece cada centímetro daquilo ali. Parece bom... mas é fastio! O cidadão urbano moderno é criado para percorrer caminhos já exaustivamente seguidos pelos outros, como se aquilo ali fosse o sinônimo do sucesso. Raramente paramos num cruzamento para analisar onde cada um daqueles caminhos podem nos dar e quais surpresas nos esperam no final de cada percurso. Essas encruzilhadas ferem, instigam, deprimem e/ou excitam as almas mais inquietas. Na Região Central de Belo Horizonte todas as interceptações entre avenidas recebem o nome de praças. Praça da Savassi, Praça Sete, Praça Tiradentes, Praça do ABC, Praça da Bandeira, dentre muitas outras. Essas praças nada mais são que avenidas que se fundem, mesmo por um breve momento, para depois cada uma seguir novamente para onde foram predestinadas. Numa praça um cidadão faz uma pausa, senta-se, relaxa, reflete sobre sua vida para depois continuar seguindo. Poética a forma que a capital mineira distingue seus cruzamentos entre vias.

- Charles Tôrres

sábado, 17 de janeiro de 2015

EX - CIDADÃO INDUSTRIAL


Despeço-me oficialmente da região fabril de Contagem, mais especificamente dos bairros Camargos e Cidade Industrial, sendo o primeiro o bairro que me acolheu e acolheu minha esposa desde que nos casamos, há cinco anos atrás; e o segundo o bairro que me cedeu a vista de meu apartamento durante todo esse tempo. O Camargos é um bairro estupendo. Por ser alto, temos vistas interessantíssimas da região ao redor, além de receber intensas brisas frescas o ano todo, mantendo a temperatura sempre agradável. Já a Cidade Industrial é um bairro estritamente operacional, pois é praticamente isento de moradias, acomodando em seu leito grandes indústrias que fazem de BH a terceira maior região industrial do país. Apesar de não ser essencialmente bonito, a região é bastante empolgante, especialmente para fotógrafos. Sempre tive uma ligação muito forte com o lugar. Pois bem, os tempos mudaram e a demanda fez com que eu e Lígia tomássemos outros rumos, dando prioridade agora para facilidade de deslocamento, transporte, dentre outras comodidades. Deixo aqui registrado então minha despedida, de coração partido, mas certo de que ventos melhores nos aguardam após a curva. Enalteço que esses cinco últimos anos foram os melhores da minha vida, especialmente pelo fato de estar casado. E o Camargos fez parte dessa maravilhosa história. Partiu!

- Charles Tôrres

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

GRANDES PERIQUITOS


E seguem exuberantes as maravilhosas garças que vivem na Lagoa da Pampulha, onde esbanjam sua beleza exótica nos delicados vôos solo que realizam nos arredores da bacia.

- Charles Tôrres

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

THE GREAT GIG IN THE SKY


Hoje, enquanto policiais militares e guardas municipais proferiam faniquitos na rodoviária central e na Praça Sete, travando todo o trânsito da região e fervendo a paciência dos cidadãos, o sol e as nuvens acasalavam-se, promovendo uma grande festa no céu.

- Charles Tôrres

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

NATH RODRIGUES & KARINA MARÇAL


Nada melhor que ser surpreendido com manifestações artísticas na plena essência rotineira metropolitana. Nath Rodrigues e Karina Marçal são duas grandes musicistas, e manifestam sua arte em pequenas apresentações no metrô de Belo Horizonte. Nath toca em algumas bandas, acompanha artistas aqui da região e trabalha com teatro. Dia 23 de janeiro estreará em um espetáculo junto ao Galpão Cine Horto, onde ficará em cartaz até 8 de fevereiro. Já Karina faz um trabalho de pesquisa musical denominado Afrolatina, cujo foco são as produções musicais latino-americanas com influência africana. Além disso, ambas são excelentes cantoras, trabalho  o qual que pode ser conferido nessa maravilhosa interpretação de Milton Nascimento: youtube.com/watch?v=0dBAzQHraig. As apresentações artísticas metroviárias tem crescido em BH e atraído cada vez mais adeptos, reforçando nossa vibe cultural e transformando a rotina dos usuários.

- Charles Tôrres

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

ECOS METROPOLITANOS


E a grade aldeia metropolitana das alterosas segue amadurecendo e transformando seus cidadãos, na confluência de suas avenidas até a longínqua tangente que limita seus horizontes.

- Charles Tôrres

domingo, 11 de janeiro de 2015

A MELHOR DO BRASIL


Nada do que já não sabíamos, mas é sempre bom reforçar, para levantar a auto-estima dos belo-horizontinos. Um levantamento realizado pela Delta Economics & Finance, maior e mais respeitada empresa brasileira de consultoria econômica e financeira, classificou Belo Horizonte como a melhor capital do Brasil, desbancando cidades que sempre foram referência em qualidade de vida, como Curitiba, Brasília ou Vitória. A pesquisa avaliou  77 quesitos em mais de 5.500 municípios do país, como economia, bem-estar, saúde, educação, segurança, governança e escolaridade; dentre outros. A apreciação teve como objetivo mensurar o desenvolvimento socioeconômico das cidades brasileiras e seus habitantes, tendo como foco as condições de vida em cada uma delas. O fato é que todos nós sabemos que BH tem muito a melhorar. Estamos inseridos em uma metrópole com quase 6 milhões de habitantes, a terceira maior do Brasil, e não é fácil gerir a coisa toda, ainda mais com um histórico governamental sucateado como o brasileiro. Mas é bom termos ciência que, apesar de todos os problemas, Belo Horizonte não vive de maquiagens. Conheço as principais capitais brasileiras e sei o quanto são disfarçadas as suas mazelas. Sou belo-horizontino; e apesar de não ter vivido toda a minha vida aqui, conheço BH como ninguém e sei de todas as suas peculiaridades. Posso afirmar com veemência que a capital mineira é, de fato, a melhor capital do país. Somos referência cultural, polo tecnológico, segundo maior parque industrial do Brasil, terceiro maior polo financeiro e primeiro lugar em carisma e hospitalidade. Que continuemos avante e confiante para transformarmos essa metrópole cheia de potencial em uma referência mundial em todos os quesitos.

- Charles Tôrres

sábado, 10 de janeiro de 2015

FÍGADO COM JILÓ


Diretamente do Mercado Central, um take de um dos pratos mais tradicionais do Centro de Belo Horizonte: fígado com jiló acebolado, acompanhado da mineiríssima cerveja Backer. De dar água na boca!

- Charles Tôrres

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

BAIXO CENTRO


Selva de concreto aparente, zunidos infinitos, barulhos constantes, promoções intermináveis, motores, trens, helicópteros, motocicletas, sapateados, burburinhos vocais, espirros da época, apitos corretivos, zangados, amáveis, freadas, construções, marteladas, alarmes, sirenes, o patrão enlouqueceu e a oferta é exclusiva! Citadinos do Baixo Centro belo-horizontino em seu habitat mais envolvente. Gostem ou não gostem, isso é BH em seu elixir popular. Faz a metrópole ser pluricultural e rítmica. És bela, és forte, impávido colosso mineiro.

- Charles Tôrres

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

08 DE JANEIRO • DIA NACIONAL DO FOTÓGRAFO


Eu costumo dizer que um bom fotógrafo deve ser como um bom arquiteto. Ao projetar uma edificação, o arquiteto sempre se preocupa com a luz que entra nos ambientes. Ele deve aproveitar ao máximo a luminescência natural e forçá-la a penetrar e iluminar os elementos no interior de forma suave e harmônica. E o mesmo vale com a iluminação artificial, que entra em cena após o crepúsculo. O estudo da luz exige dedicação, experimentação e olhar. Luz boa não é apenas aquela que clareia os ambientes só por clarear. Se fosse assim, bastava colocar paredes de vidro 360 graus em todos os cômodos e abusar de iluminação de teto da mais alta potência. Mas não, a luz tem que ir além. Desde a antiguidade os arquitetos vem extraindo da luz as suas melhores propriedades e transformando em clima as suas melhores características. A luz que afaga, que descansa, que reconforta; e que ilumina sem agredir.  A luz tem que ser sutil, mesmo exercendo o papel principal em um ambiente. A paz e o aconchego encontrados em uma casa com uma boa iluminação vai muito além de móveis caros e estofados de grife. Na fotografia não é diferente. Muitos pensam que fotografar é simplesmente comprar uma câmera cara e um flash de dimensões exageradas que a fotografia já sai pronta, de ganhar concurso. Na verdade, quanto mais caro o equipamento fotográfico, menos recursos ele tem. Equipamentos caros só nos garantem agilidade de trabalho (já que são rápidos e robustos) e qualidade gráfica na hora de imprimir (já que possuem grandes sensores de captura); e nada muito além disso. Um bom fotógrafo faz boas fotografias com qualquer equipamento, já que uma boa fotografia nada depende da câmera, e sim do olhar do seu utilizador. Assim como o arquiteto, primeiramente o fotógrafo tem que ir atrás de luz. Não luz em abundância, como já foi dito, e sim aquela luz sutil, que tangencia, que tridimensionaliza a cena, que toca os detalhes fundamentais dos elementos fotografados e valoriza os contornos. Além disso, o fotógrafo tem que buscar incansavelmente capturar as cenas mundanas da vida, os olhares singelos, as expressões, as situações tocantes, as vicissitudes do cotidiano, as circunstâncias que se contrapõem à rotina. Junte isso a uma boa luz e terá uma fotografia vencedora!

Minha homenagem a todos os colegas fotógrafos e, em especial, Lígia Tôrres, minha musa inspiradora, grande artista e fotógrafa de olhar singular; que hoje é protagonista da fotografia do dia.

- Charles Tôrres

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

AFONSO


A Afonso Pena é uma das principais avenidas do Brasil e a principal via da Região Central de BH. Seus 5 quilômetros de extensão se estendem de noroeste a sudeste, encontrando-se no trecho grande diversidade e riqueza arquitetônica em estilos de diferentes épocas. Larga, a via possui em alguns trechos mais de dez faixas de rolamento para veículos. A avenida forma um enorme cânion de aço e concreto, graças ao adensamento de edifícios. É uma das vias mais democráticas da metrópole, ligando o coração comercial da urbe, na Praça Sete, ao coração empresarial e financeiro, na Savassi. Calcula-se que quase dois milhões de pessoas passam pela Afonso Pena todos os dias.

- Charles Tôrres

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

STRONGER PRIDE


Praça Sete, por onde passam aproximadamente dois milhões de cidadãos diariamente, coração comercial e financeiro da 40ª maior cidade do planeta.

- Charles Tôrres

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

GEOMÉTRICO


Inspirada no urbanismo parisiense e washingtoniano, a área planejada de Belo Horizonte possui traçado geométrico, com ruas paralelas e perpendiculares que formam um imenso tabuleiro de xadrez; e avenidas diagonais, as quais cortam as quadras ao meio, criando quarteirões triangulares por onde passam. Contando com apenas 8.815.382 m², a área planejada da cidade ultrapassou seus limites idealizados ainda no início do século passado, possuindo hoje uma área urbana que conta com cerca de 900km² em toda a metrópole, aproximadamente. Ou seja, em pouco mais de 100 anos, a cidade ultrapassou em quase cem vezes o tamanho do seu raio preconcebido. E ainda sim não deixou de ser uma cidade geométrica, pois mesmo com uma expansão desenfreada, houve uma preocupação maior em manter a linearidade e a organização dos novos loteamentos que iam, aos poucos, se transformando em bairros. Há quem diga que BH é uma cidade desorganizada. Eu discordo. Com exceção das favelas, as quais contaram com ocupação irregular, BH é uma cidade com urbanismo preceituado em quase todas as situações. Claro que, com relevo acidentado em praticamente todo o território, não é sempre que os bairros conseguiam manter uma organização simétrica em seus primórdios. Algumas regiões, como o São Bento, o Buritis, o Santa Lúcia, o Mangabeiras e outras centenas de localidades, possuem ruas e avenidas que acompanham o traçado dos morros e montanhas. E isso não é ruim. Faz parte do charme da grande urbe das Minas Gerais.

- Charles Tôrres

domingo, 4 de janeiro de 2015

WANDERLUST


Após um fim de ano intenso e uma belíssima viagem ao litoral para comemorarmos o Réveillon, eu, minha esposa e dois grandes amigos voltamos para BH descansados e prontos para um 2015 que já começou prometendo muito. Porém, faltando pouco mais de 100km para chegar em casa, paramos em um congestionamento gigantesco, que pretendia nos segurar por muitas horas, mesmo estando perto da metrópole mineira. Após percorrer 30km nessa retenção, em meio a muito (muito!) calor, paramos em um simpático hotel à beira da BR-381 para descansarmos. O hotel fica em uma cidade a qual nunca ouvi falar, apesar de se situar na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O minúsculo município em questão é Nova União, e o local onde estávamos era o povoado de Nova Aparecida. Segundo dados do IBGE, Nova União tem cerca de 5 mil habitantes. Não encontrei dados de Nova Aparecida, mas estimo que não passe de mil cidadãos residentes. Para minha surpresa, Nova União faz parte da Grande BH, e recebe um fluxo grande de ônibus originados da capital. Descansados, saímos a noite para comer alguma coisa, mas o único estabelecimento aberto era um simpático trailer de lanches na via principal da cidade que nos serviu um sanduíche muito gostoso, juntamente com uma cerveja gelada que desceu como o paraíso na sua forma líquida. Dada a situação (além da BR-381 que continua parada), vamos dormir no hotel, alimentando esperanças em uma rodovia desobstruída pela manhã. Independente dos percalços da viagem, a parada valeu pela experiência de se conhecer um reduto tão singular, provinciano e bucólico em meio ao caótico burburinho da Grande Belo Horizonte.

- Charles Tôrres