domingo, 10 de maio de 2015

INHOTIM


Um lugar que nos faz mudar completamente nossa forma de ver a arte. Um espaço que nos mostra obras que parecem ter saído quase que literalmente de dentro do artista, expondo suas entranhas e vísceras configuradas em grandes ideias. Um parque que promove uma reflexão sobre o fazer na arte e suas dissonâncias. Uma oxítona, à frente de julgamentos, além do seu tempo. O Instituto Inhotim é o maior museu de arte contemporânea do mundo e principal acervo brasileiro da categoria. Localizado na Grande BH, mais especificamente no município de Brumadinho, o espaço começou a ser idealizado em 1980, sendo inaugurado em 2006. O lugar é monumental! Enorme! Hoje fui com a Lígia pela segunda vez ao Inhotim (a primeira foi em 2010) e, mais uma vez, não conseguimos ver todas as obras. Acredito que seja necessário uma temporada de duas ou três semanas no local para digerir tudo o que Inhotim tem a oferecer. É um misto de arquitetura, obras de arte e belíssimos jardins. Cada galeria (são centenas delas) foi cuidadosamente projetada por grandes arquitetos, juntamente com o paisagismo, transformando Inhotim em uma referência na arquitetura nacional. São mais de 500 hectares, os quais acomodam obras de artistas brasileiros e estrangeiros, com destaque para trabalhos de Cildo Meireles, Tunga, Vik Muniz, Hélio Oiticica, Adriana Varejão, Ernesto Neto, Matthew Barney, dentre outros. Segundo os moradores de Brumadinho, o local foi uma fazenda pertencente a uma empresa mineradora que, no século XIX, atuava na região, cujo responsável era um inglês, de nome Timothy, apelidado primeiramente de "Sinhô Tim", que na linguagem local, acabou virando "Inhô Tim". A verdade é que Inhotim dá banho em qualquer bienal de arte no Brasil, pois vai muito além de uma grande galeria de exposições. É um encontro do indivíduo com suas agonias, ansiedades, seus questionamentos... e com toda a paz que só um parque urbano pode oferecer.

Esse é o Inhotim, que fica em Brumadim, pertim de Betim, longe de Baldim, que apesar de modernim, não perde seu charme mineirim.

- Charles Tôrres

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