segunda-feira, 30 de março de 2015

GENTÍLICO FORTE


Que mineiro é desconfiado, ninguém duvida. Mineiro desconfia se o pão de queijo assou por dentro; se o bujão de gás foi comprado cheio; se o motorista vai parar no sinal fechado; desconfia da esmola farta e da recompensa enxuta; desconfia da vizinha; do chefe; da empregada; do açougueiro; do turista; do fotógrafo de rua; do maquinista do metrô; do político Joaquim e da santa do pau oco. Mineiro é tão desconfiado que tem semblante hostil mesmo sendo um poço de delicadeza. Crocante por fora, macio por dentro. Nacionalmente idolatrado por sua maestria em acolher bem, possui uma dificuldade enorme em abrir seu coração de primeira. Por outro lado, após aberto, é amigo pro resto da vida, daqueles que podemos contar pro que der e vier. Trabalhador por natureza, o próprio gentílico denuncia: mineiro é competente em tudo o que faz. Belo Horizonte é uma terra formada por essa gente... gente com fé na tábua e suor na enxada. Gente que soube transformar uma cidade de vários milhões de habitantes em um lugar aconchegante e maravilhoso de se viver. Metrópole do café, do queijo, da boa prosa e dos grandes amigos. Cidade das artes, da cultura singular e dos grandes movimentos. Terra de gigantes pela própria natureza.

- Charles Tôrres

domingo, 29 de março de 2015

PLEBE RUDE


Selva de concreto aparente, zunidos infinitos, barulhos constantes, promoções intermináveis, motores, trens, helicópteros, motocicletas, sapateados, burburinhos vocais, espirros da época, apitos corretivos, zangados, amáveis, freadas, construções, marteladas, alarmes, sirenes, o patrão enlouqueceu e a oferta é exclusiva! Citadinos do Baixo Centro belo-horizontino em seu habitat mais envolvente. É o "down" do "town". Gostem ou não gostem, isso é BH em seu elixir popular. Faz a metrópole ser pluricultural e rítmica. És bela, és forte, impávido colosso mineiro.

- Charles Tôrres

sexta-feira, 27 de março de 2015

ASTRO REI


E o sol segue apaixonante, levando ao êxtase seus adoradores no momento em que ele toca o seio da Terra. Um deus da natureza!

- Charles Tôrres

quarta-feira, 25 de março de 2015

CÂNION DA AMAZONAS


Acho belíssima a riqueza arquitetônica que há na Avenida Amazonas, especialmente na parte onde a via passa no miolo do perímetro da Contorno. Eclética, a via recebeu obras de todos os estilos do século XX, do art déco ao contemporâneo. Ela acomoda o modernista Conjunto Habitacional Juscelino Kubitscheck, cujo maior edifício chega a 36 andares de altura. Grande, a Amazonas faz parte de um único complexo viário que conta com cerca de 36km em trecho urbano, partindo do hipercentro de Belo Horizonte até o município de Betim, onde termina a mancha urbana.

- Charles Tôrres

terça-feira, 24 de março de 2015

FLERTE


Aquele momento em que o arco-íris enamora Belo Horizonte, colorindo os céus cinzentos das chuvas, agraciando o perfil panorâmico e tocando as serras que envolvem a metrópole. Nada mais lindo e poético que as cores celestiais presenteadas nobremente pela natureza.

- Charles Tôrres

segunda-feira, 23 de março de 2015

DIVERSA


Cidade de múltiplos horizontes. Incontáveis paisagens. Maquinada e processada por seus cinco milhões e meio de indivíduos. Terceira maior, mais rica e mais populosa cidade brasileira. Forte, aconchegante, próspera e robusta; BH é um misto de qualidades, emoções e sensações, que vão da diversidade de sabores ao puro ar das serras. Metrópole do mais belo céu e as mais distintas nuances. Emoção!

- Charles Tôrres

domingo, 22 de março de 2015

LEICA IIIF


Eis que, revirando meus negativos antigos, descubro uma imagem espetacular que fiz quando estava começando no mundo da fotografia analógica. Na época, cerca de 5 anos atrás, eu usava uma Leica IIIF (comecei bem!) fabricada em 1950, munida de uma lente 50mm f/2. Não me lembro bem qual filme usei, mas pelas cores e pelo grão tenho quase certeza que é um Kodak Proimage 100. A foto foi feita cerca de 6h da manhã, no topo de um edifício na Raja Gabáglia.

- Charles Tôrres

sábado, 21 de março de 2015

CINGIDA


Nada mais visualmente poético que uma metrópole rodeada por serras...

- Charles Tôrres

quinta-feira, 19 de março de 2015

ACAIACA


Mais uma experiência analógica (com câmeras de filme), dessa vez utilizando a tão criticada Lomografia, técnica fotográfica em que o fotógrafo utiliza câmeras de plástico, descartáveis, para produzir fotografias despretensiosas. Na foto, o símbolo da ousadia arquitetônica mineira da década de 1930. Um clássico! Assim pode ser definido o Edifício Acaiaca, um dos ícones mais conhecidos entre os habitantes de Belo Horizonte. Contando com 30 andares e cerca de 140 metros de altura, o prédio hospeda em seu interior a pura nostalgia, na elegância dos seus velozes elevadores e luxuosas acomodações. Seu nobre estilo art déco é sutilmente interceptado pelas imponentes efígies indígenas de quase 7 metros de altura, as quais vigiam os horizontes da Avenida Afonso Pena há 72 anos. Inaugurado em 1943, o edifício já abrigou milhares de instituições, dentre sedes de empresas públicas e privadas, escritórios, escolas e faculdades.

- Charles Tôrres

quarta-feira, 18 de março de 2015

SUL METROPOLITANO


Grande Zona Sul belo-horizontina, envolvida pela atmosfera violácea, nos alimentando com horizontes esplandecentes, semióticas urbanas, construídas pela gigante metrópole mineira que absortamente se converte sob o bailar celeste intangível e ininterrupto. A noite aos poucos adentra a polis magnus et Pulchri Horizontis, deixando esplendentes tons fúscios nas retas de betão armado. Grandes são as metrópoles que amparam seus rebentos inteiramente, sem utopias de convivência e sintetismos de modo de proliferação. Grandes são as urbes que abreviam o contato entre a natureza e o progresso. Grande, a perder de vista, como nossa cidade... sem meios... sem limites... sem fins... e Confins.

- Charles Tôrres

segunda-feira, 16 de março de 2015

BRASIL


Todos nós merecemos um Brasil melhor para se viver. Merecemos um país igualitário, soberano, forte, incisivo. Precisamos de uma nação proporcional às nossas belezas naturais, nossa riqueza. O Brasil é grande! Mas há de ser ainda maior em suas conquistas. E não estou falando de PIB. Estou falando de idoneidade, tolerância, respeito. Brasileiro é um gentílico extraordinário e é digno de uma nação em harmonia com tamanha notabilidade. Vamos olhar para a frente e tentar fazer da nossa pátria um exemplo para o mundo. Vamos para as ruas lutar pelo nosso direito e apresentar boas propostas para que se possa realmente ser feita a diferença. Vamos mudar o Brasil, começando pela nossa casa, pelas nossas pequenas atitudes. Vamos exigir respeito, sendo fundamentalmente necessário que se pregue respeito antes de qualquer coisa. Vamos aprender a lidar com as diferenças, com as divergências, com as ideias alheias que conflituam com as nossas. Não há nada mais lindo que um país multicultural. Torço para que a Ordem e o Progresso sejam implementados não com guerra... e sim com educação! Que a esperança ilumine a mente de todos os cidadãos brasileiros.

Pátria amada... Brasil!

- Charles Tôrres

domingo, 15 de março de 2015

LUTO


LUTO, pelos que criticaram os nordestinos nas eleições, mas não sabem que os corruptos da tal Operação Lava Jato são, em sua esmagadora maioria, do Sudeste e do Sul do país

LUTO, pelos tupiniquins que não sabem o significado de impeachment, marxismo, neo-liberalismo, socialismo, bolivarismo, capitalismo, comunismo; mas sabem quem se encontra no paredão do BBB
LUTO, pelas manifestações que mais parecem carnavais fora de hora, com direito a vuvuzela, cerveja e cachorro quente
LUTO, pelos brasileiros que vão às ruas sem propostas, sem ideologias, sem idéias para realmente fazer a diferença
LUTO, pela medíocre mentalidade brasileira de achar que a volta da ditadura é a melhor opção para a atual crise
LUTO, pela manipulável imprensa tupiniquim, que perdeu a voz imparcial e hoje adultera nosso livre pensamento
LUTO, pelo brasileiro que pede impeachment sem ter noção do que pode vir no lugar da atual presidente
LUTO, pelo país que está sofrendo uma crise política sem precedentes, como na época de Jânio Quadros
LUTO, pelo cidadão que perdeu UM DOMINGO INTEIRO fazendo algazarra desfundamentada nas ruas
LUTO, pelas pessoas que acham que só rico está insatisfeito com a situação no Brasil
LUTO, pelas pessoas que acham que o pobre está satisfeito com a situação no Brasil
LUTO, pela queda da maior empresa brasileira, por falta de rigor administrativo
LUTO, pelos cidadãos que acham que o PT é o único partido corrupto do Brasil
LUTO, pelos brasileiros que acham que o PSDB seria a salvação para a crise
LUTO, pelas amizades em cheque por conta de opinião política

- Charles Tôrres

sexta-feira, 13 de março de 2015

RUA DA BAHIA


A Rua da Bahia é provavelmente a rua mais icônica e democrática rua do Centro de BH. Em seus 3km de extensão concentra-se grande diversidade arquitetônica, além de bares, cafés e charmosos restaurantes. Seu cunho cultural e boêmio foi cantado e recitado em verso e prosa por escritores que fizeram carreira na via, como Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Abgar Renault, Rui Barbosa, Martins de Almeida, Gustavo Capanema e Milton Campos. A rua acomoda também grandes construções e espaços culturais, como o Centro de Referência da Moda, o Museu Inimá de Paula, o Edifício Maletta, a Faculdade de Direito da UFMG, a Academia Mineira de Letras, a Basílica de Lourdes, a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, a parte de trás do Conjunto Arquitetônico da Praça da Liberdade, o Minas Tênis Clube e a Arena Telemig Celular. Sem dúvidas um dos logradouros mais charmosos da região central da capital.

- Charles Tôrres

quinta-feira, 12 de março de 2015

THE NIGHT HAS BEEN BEAUTIFUL


Sábia expressão que diz que a noite é uma criança. Instigante e sexy, é o momento do dia em que esquecemos o que são pecados capitais, leis ou moralismos. Não temos deveres nem prestação de contas. Instante de chacoalhar o espírito, saquear corações solitários, apaixonar por sorrisos, chorar pelo Smirnoff derramado. Com o astro maior iluminando o outro lado do planeta, Deus adormece junto com seus mandamentos e as avenidas estão livres como o sangue que corre em nossas veias. Sai Apolo, venha Nyx! É o momento de nos sentirmos vivos e demasiadamente humanos, como já dizia meu sábio Nietzsche. Hora de partir, de pecar, de extrapolar, de ousar, de experimentar perigosamente. Foi pra lá da madrugada que os grandes ritmos fizeram nome, que os poetas criaram os versos que mudaram a história da literatura. A noite não temos medo de ser quem somos. Mostramos a cara, desnudamos ao luar, nos banhamos de música sob o testemunho estrelar. É a noite que Belo Horizonte deixa de ser tradicional família mineira e se transforma na insaciável vizinha sedutora. Os pães de queijo dormem, as pimentas fazem a festa. Quem ainda não experimentou, fica aí a dica. 

- Charles Tôrres
AFONSINHO


Anteontem as chuvas tomaram a paisagem da linda Avenida Afonso Pena, criando uma atmosfera fotográfica sobre o Centro de BH pra lá de interessante. 

- Charles Tôrres

quarta-feira, 11 de março de 2015

METROPOLITAIN MEN


Explorações urbanas são a nossa sina. Em nossas veias rasgam avenidas e linhas de metrô. Nossos olhos são clarabóias de grande diametragem, capazes de deixar até o mais delgado fio de luz acessar o interior. Nossos nervos são fibras-óticas vigorosas como uma internet oriental. Os ouvidos sensíveis caçam até o som do unieverso em expansão no momento em que a luz do sol toca a superfície da Terra. E em nossos pulmões assopram os castos ares dos parques e das colinas mineiras. Somos fotógrafos, cidadãos do mundo, brasileiros com orgulho, habitantes da maior metrópole do pão de queijo que existe no planeta.

- Charles Tôrres

segunda-feira, 9 de março de 2015

O SOL QUE QUEIMA O FILME



E esse 'trem' de fotografia analógica segue sendo um hobby pretensioso, se colocando a frente do meu mundo digital e consumindo meus cliques. A magia e o mistério que rondam o filme fotográfico são proporcionais ao disparo extremamente precavido e confiante. Com o uso do filme não tem essa de disparar aleatoriamente e escolher as melhores depois. Cada clique é uma chapa a menos e alguns centavos que se evaporam. E por isso pensamos mais ao fotografar, damos mais importância ao conjunto da obra. O resultado são 36 fotografias certeiras, 100% aproveitáveis.

- Charles Tôrres

domingo, 8 de março de 2015

SEGUNDAS INTENSAS


Amanhã é segunda-feira!!! Meu dia predileto na semana. Dia de tomar fôlego para tocar adiante nossas apostas pessoais. A vida, como um todo (e não apenas os fins de semana e feriados), há de ser prazerosa. O trabalho pode se tornar tão aprazível quanto o lazer; e quando isso acontece, sua vida passa a fazer mais sentido. Lembrando que nunca é tarde para recomeçar e empreender por novos estímulos, mirar em novos alvos: redescobrirmos! Foco é a palavra de ordem. Que venham os novos desafios! Vamos alimentar expectativas por novos projetos e pela continuidade dos que já estão em pauta. O relógio não para e sua vida está com pressa. Descubra qual é seu propósito e faça acontecer. É o único jeito de viver uma vida plena - todos os dias!

- Charles Tôrres

sábado, 7 de março de 2015

TEMPESTADE ANALÓGICA


E os bravos raios urraram forte na noite de anteontem, estremecendo Belo Horizonte e iluminando com louvor os acinzentados céus que engrossavam-se demasiadamente. Fotografei com câmera analógica, como tenho feito nas últimas semanas, revelando o filme da Nikon F3 apenas ontem. Apesar do delay, a espera valeu a pena.

- Charles Tôrres

sexta-feira, 6 de março de 2015

LUZ NA PRATA


E esse negócio de fotografia analógica segue me inspirando cada vez mais. As possibilidades são infinitas, e o fato de não podermos ver a fotografia de forma instantânea (por ser revelada apenas depois que acabarem as 36 poses do filme), faz com que tenhamos ainda mais cuidado ao disparar. A ansiedade vale a pena, e no fim, o filme revelado só nos faz gozar as boas lembranças que cada chapa nos proporciona.

- Charles Tôrres

quinta-feira, 5 de março de 2015

NOVAS PERSPECTIVAS


Hoje minha querida esposa me marcou em uma postagem no Facebook que resume bem o que eu penso sobre fotografia. Ela diz o seguinte:

"Sair e procurar por uma fotografia é a forma errada de pensar. Você deve apenas ter uma vida interessante, e contar as suas histórias apertando um botão". - Cole Rise

Muitos me perguntam como faço para conseguir paisagens e momentos tão belos em minhas fotografias de Belo Horizonte. Alguns até imaginam que eu saio todos os dias em busca de boas imagens. O fato é que eu não costumo sair para procurar ângulos interessantes. Pelo contrário, 99% das fotos que posto são feitas durante meu cotidiano. Isso torna a vida de um fotógrafo muito mais interessante, e faz seu trabalho autoral ficar mais verdadeiro, menos artificial. Se seu cotidiano é intenso e divertido, fará fotografias proporcionais a ele. 

- Charles Tôrres

quarta-feira, 4 de março de 2015

ISO 800


Mais um dia de explorações analógicas. Dessa vez, no topo do Parque Paredão da Serra, minha câmera acomodava um filme Portra ISO 800 que erroneamente levei para o passeio. ISO 800 é utilizado em situações de baixa luminosidade ou para motivos muito rápidos. Mas, no fim, o resultado ficou bacana, apesar do grão excessivo.

- Charles Tôrres

terça-feira, 3 de março de 2015

CÂNION VETUSTO


Seguindo a linha das fotografias analógicas que postei nos últimos dias, a foto de hoje foi produzida com o auxílio de uma Nikon F3 (1982), munida de filme ISO 200 e lente 14mm f/2.8. 

- Charles Tôrres

segunda-feira, 2 de março de 2015

FILME FOTOGRÁFICO


A fotografia analógica, ou seja, aquela feita com câmeras que levam filme, muito comum entre 1900 e 2000, é por muitos considerada antiquada, cara e improdutiva, já que cada bobina de película comporta, no máximo, 36 fotos. O fato é que nos dias de hoje são raríssimos os fotógrafos que utilizam filme para fotografar. A prática requer paciência, pois faz com que o fotógrafo aprenda a lidar com a imagem apenas pelo visor da câmera, já que o resultado final só conseguimos ver depois da revelação. Isso estimula no fotógrafo a observação, a concentração e a precisão a cada disparo. Não é como nas câmeras digitais, em que normalmente se dispara aleatoriamente e, muitas vezes, tresloucadamente, para depois selecionar os melhores resultados. Na fotografia analógica, cada click deve ser bem pensado e muitas vezes não disparamos nada em uma determinada situação: apenas contemplamos. É fato que é um método desprovido de efeitos e imagéticas pós-elaboradas, mas garante a mais pura, singela e verdadeira fotografia.

- Charles Tôrres

domingo, 1 de março de 2015

EFIGÊNIA


Eis que finda o inerte dia de domingo no Santa Efigênia. É um dos maiores bairros de BH, e por isso, uma parte dele se encontra na Região Central, e outra na Região Leste. Suas ruas são calmas, mas as avenidas são agitadas. É uma região de clima agradabilíssimo, com vida noturna intensa e excelentes bares e cafés. 

- Charles Tôrres