sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BICICLETAÇO ANALÓGICO


Desde que compramos nossas bicicletas, eu e minha esposa temos vividos grandes aventuras na perturbada malha urbana da metrópole mineira. Estamos indo diariamente de casa para o estúdio pedalando (e vice-versa), trajeto que nos garante cerca de 30km de pedaladas por dia. É interessante observar a cidade sob a perspectiva do ciclista. Vemos mais detalhes, mais belezas, mais degradações. Topamos com alinhamentos que não conhecíamos antes, como a ciclovia de 7km que liga a Gameleira, na Zona Oeste, ao Centro de BH. Nos deparamos também com desalinhamentos, como a ausência de semáforos na entrada para o Anel Rodoviário, no momento em que ele cruza com a Via Expressa. De carro tudo é uma maravilha! O asfalto é perfeito e todas as vias foram feitas pra gente. De bike a coisa toma outro rumo, pois ora estamos reféns das marginais das agitadas vias expressas, ora estamos reféns da ciclovia de calçada... boa, mas com vários obstáculos. Independente de qualquer coisa, esses 30km diários tem sido uma experiência inigualável. Ao invés de perdermos horas e horas na academia, malhando apenas em prol da forma física, estamos torrando nossas calorias com lago simples e eficiente: o trajeto diário para o trabalho. Dizem por aí que o veículo do futuro é a bicicleta; eu concordo plenamente com tal arguição. Percebemos o quanto é fácil deslocar pela cidade de bicicleta. Os empecilhos encontrados pelo caminho nem chegam aos pés dos monstruosos engarrafamentos que Belo Horizonte acomoda todos os dias, muito menos do transporte público ineficiente. Pelo contrário... percebemos o quanto é prazeroso pedalar! O quanto é prazeroso deixar o carro em casa e molhar a camisa, fazer exercício físico, observar a cidade. Claro que, com isso, tenho deixado meus equipamentos fotográficos digitais em casa ou no estúdio, pois são muito pesados. Tenho optado pelas analógicas, pois são leves e pequenas. Estou fotografando com minhas companheiras Nikon FE e Canon AE-1, ambas de 1976. Fiquei analógico no transporte e ainda mais na fotografia. Somos escravos do mundo moderno, das fotos digitais, do transporte motorizado, das amizades cibernéticas, fato que está nos tornando cada vez mais padronizados... homogeneizados... esquecemos o quanto pode ser prazeroso voltar às origens e fazer algo diferente. Como já dizia a Fabiana, uma amiga nossa e ex-aluna do Curso de Fotografia do Estúdio Metrópole: sejamos mais analógicos!

Boa noite.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ZONA LESTE


Hoje a chuva deu uma trégua para Belo Horizonte. Até choveu, mas foi pouco, em pontos isolados. Eu fico estasiado com essas épocas chuvosas, que misturam climas quentes e frios em dias de chuvas intercaladas. O céu proporcionado por tal situação climática é inconstante e abstrato, nos proporcionando imagens maravilhosas. Na fotografia, a mesma regional da foto de ontem, porém com nuvens menos agressivas e mais bailantes. A Zona Leste é uma região bem interessante. Possui uma densidade demográfica absurda, beirando os 9 mil habitantes por km² (maior que a total de Tóquio) e caracteriza-se pelos bairros históricos e pela tradicional família mineira. É reduto boêmio, possuindo os mais icônicos bares e restaurantes da capital. Abriga o glorioso Estádio Independência, palco da gloriosa vitória do Atlético Mineiro na Libertadores deste ano. A regional leste também foi o berço de grandes grupos da música mineira, como o Clube da Esquina, Skank e os metaleiros do Sepultura. Apesar de tantos rótulos, é a menor das regionais do município. Faz divisa com Sabará, apesar de não sabermos onde exatamente ficam tais divisas, tamanha a conurbação entre as áreas urbanas.

Boa noite pessoal!
PURPLE RAIN


E as chuvas despencam no lado leste da metrópole, metamorfoseando a atmosfera dos bairros tradicionais da região. Na foto, o bairro Santa Inês, que é a essência da Zona Leste de Belo Horizonte. Tranqüilo e com pouco movimento, sua atmosfera beira o bucolismo. É um bairro de classe média-alta, abraçado à oeste pela linha de metrô e à leste pela Avenida Contagem. É o último bairro do extremo leste do município, já que, do outro lado da referida avenida, temos o bairro Ana Lúcia, já no município de Sabará. Possui ruas com arborização frondosa e casas bem antigas e muito estilosas, muitas delas erguidas entre as décadas de 40 e 60. Conta com 12 mil habitantes, sendo que em uma boa porcentagem das residências vivem simpáticos casais idosos. É comum passarmos pelo bairro de manhã e notarmos velhinhos varrendo a varanda e a calçada em frente sua casa, tirando a folhagem excessiva das calçadas. É um bairro com infra-estrutura completa, contando com shoppings, vários supermercados, agências de bancos e comércio muito intenso; além de acomodar duas estações de metrô.

Excelente noite a todos!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

AS LUZES DA SÃO JOSÉ


A Igreja São José já apareceu aqui no blog umas duas ou três vezes. Isso se deve ao fato dela estar no ângulo de visão da varanda do Estúdio Metrópole; e eu gosto bastante da composição urbana a qual ela está inserida. O edifício é um dos destaques da arquitetura manuelina em Belo Horizonte, e está localizada em frente à Avenida Afonso Pena, na confluência entre ruas Espirito Santo e Tamóios, no Hipercentro da cidade. O templo foi inaugurado em 1910 e era o edifício mais alto da urbe nesse período, época em que ainda distinguia-se ares interioranos na capital mineira, com seus parcos 30 mil habitantes. Hoje a paróquia se destaca por entre edifícios modernistas que formam uma espécie de cânion, no coração financeiro da metrópole. 

Tenham uma ótima noite!

domingo, 24 de novembro de 2013

VETOR NORTE


Com o desenvolvimento da Zona Sul, Oeste e Leste; além da escassez quase completa de terrenos disponíveis nas referidas regiões da cidade; o mercado voltou seus olhos para o Vetor Norte. Compreendido pelas regionais da Pampulha, Venda Nova e Norte, além de 13 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Vetor Norte é a nova aposta do governo mineiro e dos empresários da cidade, graças à competitividade da região pela oferta de áreas disponíveis para o crescimento urbano; além da influência de elementos já estabelecidos, como a presença dos dois maiores aeroportos da metrópole, Confins e Pampulha; além do Estádio Mineirão e da Cidade Administrativa de Minas Gerais. É uma área que não para de crescer e receber investimentos, como shoppings, condomínios e indústrias. O Vetor Norte abriga, aproximadamente, dois milhões de habitantes, e é recortado por enormes vias de acesso, como a Linha Verde, Pedro I, Catalão e Antônio Carlos, além de várias rodovias, o que garante maior facilidade para o crescimento econômico e industrial da região. 

Tenham uma ótima semana!

sábado, 23 de novembro de 2013

CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA E FOTOGRAFIA


Belo Horizonte tem um dos maiores números de institutos culturais por metro quadrado do Brasil e do mundo. Como se não bastasse as centenas de casas existentes na cidade, praticamente todos os meses várias outras instituições são inauguradas. Apenas no Centro de BH, num raio de 1,5km do Estúdio Metrópole, eu consegui contabilizar 41 espaços destinados à divulgação e propagação de arte e cultura; e este número limita-se apenas aos lugares que conheço. Em breve farei uma apuração mais detalhada e posto aqui para vocês. Na fotografia de hoje temos o Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, espaço dedicado às artes visuais gerido pela Fundação Clóvis Salgado, mesmo órgão que administra o Palácio das Artes, a Serraria Souza Pinto, Centro Técnico de Produção, a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais.  O referido espaço acima é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais e o Instituto Moreira Salles. O edifício em questão foi inaugurado em 1925 para abrigar a sede mineira do Banco do Brasil; e possui estilo eclético, com imponentes colunas coríntias que lembram os mais suntuosos palácios romanos. Posteriormente foi adquirido pelo banco dos Moreira Salles, poderosa família de banqueiros mineiros e desde 1997 o espaço é destinado principalmente às exposições fotográficas.

Tenham uma ótima noite!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

BELO HORIZONTE


E o grande astro solar adormece em mais uma agitada sexta-feira na poderosa metrópole do mais cativante panorama. Belo Horizonte possui um nome privilegiado, pois explica nele próprio a sua origem. Não temos o nome de um santo conhecido; nem de um político famoso; de um rio; e muito menos de origem indígena, como outras cidades. Temos um nome sugestivo, que de cara explicita o perfil de uma urbe que soma mais de 5 milhões de habitantes em toda a mancha urbana. Viva a capital de Minas Gerais e seus infinitos horizontes!

Tenham um excelente fim de semana!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

METRÓPOLE


Ainda que muitos não percebam, há algo demasiadamente excitante em viver em uma grande metrópole. A liberdade de expressão, a criatividade, a galhardia e as possibilidades se potencializam conforme o tamanho da urbe. São locais que nos proporcionam a deliberação de opiniões sem julgamentos. Nas mega-cidades somamos maiores quilometragens no ir e vir sem que isso se torne tedioso, conforme curioso for o cidadão. São tantos eventos e acasos acontecendo simultaneamente que temos uma certa dificuldade de abstrair tudo; e quando não conseguimos ingerir todas as perspectivas com as quais topamos durante o dia, chegamos em casa exaustos. Para entender o que estou querendo dizer, basta passear uma manhã no Centro de Belo Horizonte. Costumo dizer que há mais coisa entre Venda Nova e o Barreiro; e entre Sabará e Betim; que julga nossa vã filosofia. De qualquer modo, as metrópoles para mim são sinônimos de emancipação. Nelas, temos autonomia para fazer, refazer, mudar, voltar, criar, tentar novamente. Ousamos, persuadimos, somos persuadidos, nos inspiramos. Corremos contra o tempo e à favor dele. Lugar de se misturar invisivelmente na multidão. As possibilidades beiram o infinito de modo desconhecermos cada vez mais o mais explorados espaços. Quando contraímos o espírito metropolitano, destememos e quebramos quaisquer que sejam os padrões, a fim de conviver com o novo. Vivam os milhões de habitantes e suas opiniões. Viva o pão de queijo que ainda me surpreende, mesmo sendo meu velho conhecido.

Um grande abraço pra vocês e tenham uma ótima noite!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

CÂNION DA AMAZONAS


Acho belíssima a riqueza arquitetônica que há na Avenida Amazonas, especialmente na parte onde a via passa no miolo do perímetro da Contorno. Eclética, a via recebeu obras de todos os estilos do século XX, do art déco ao contemporâneo. Ela recebeu o modernista Conjunto Habitacional Juscelino Kubitscheck, cujo maior edifício chega a 36 andares de altura. Grande, a Amazonas faz parte de um único complexo viário que conta com quase 35km em trecho urbano, partindo do hipercentro de Belo Horizonte até o município de Betim, onde termina a mancha urbana.

Tenham uma ótima noite!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A NOITE NO CAMARGOS


O Camargos é um bairro privilegiado. Ele foi construído sobre uma região alta e côncava, proporcionando as mais belas vistas aos seus moradores. A Fazenda dos Camargos era um rancho que existia desde o século XIX, na época do Curral Del Rey, no extremo oeste do município. Com a inauguração de Belo Horizonte, a fazenda se transforma em um pequeno núcleo populacional. Em meados da década de 1950 os herdeiros da antiga fazenda, temendo invasões populacionais promovidas por pessoas que viriam a trabalhar na na vizinha Cidade Industrial, resolveram lotear a área em terrenos, formando assim o novo bairro. Na década de 1970, com a abertura da Via Expressa que ligava Betim e Contagem ao Centro de Belo Horizonte, o Bairro Camargos entrou no “mapa”, recebendo um fluxo maior de moradores. Na década de 1980, a construção do metrô incentiva nova leva de loteamentos na região; e já no final da década de 1990 a construção do Itaú Power Center, na época o maior centro de compras da América Latina, acaba por valorizar ainda mais o bairro, o qual hoje possui ótima infra-estrutura e qualidade de vida, com supermercados próximos, shoppings, duas estações de metrô e um clima muito agradável durante o ano todo, especialmente por se acomodar em uma área alta e isolada.

Tenham uma ótima noite!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

GUERRA E PAZ - PORTINARI


No penúltimo fim de semana eu tive o prazer de visitar, em companhia de minha esposa, uma das mais belas exposições que vi em minha vida: Guerra e Paz, de Cândido Portinari, que está sendo exibida no Cine Theatro Brasil, no Hipercentro de Belo Horizonte. Arrisco dizer, com veemência, que foi a exposição mais bem estruturada que eu já visitei. Já fui à exposições cujos artistas produziram obras que me chamam mais a atenção, como Anish Kapoor ou Sebastião Salgado, mas nunca vi nada tão bem apresentado como a exposição do referido artista brodosquiano. Tudo muito interativo, muito bem explicado e muito imponente. As obras são numerosas, dos esboços às telas finais; e estão expostas ao longo de quatro andares inteiros do Cine Theatro Brasil. As duas principais peças são as obras Guerra e Paz, mostradas na fotografia acima, sendo que cada uma delas mede 14 metros de altura. As demais são rascunhos e croquis que o artista esboçou antes de pintar, de uma vez por todas, as duas gigantescas telas. Duas grandes pinturas que exaltam a astúcia artística de Candinho (como era chamado), que nos faz ficar hipnotizados pela sua imponência e por seu conteúdo que ao mesmo tempo choca e cativa. Ambas as telas formam uma única série, e foi encomendada na década de 50 para decorar a sede da Organização das Nações Unidas em Nova Iorque. As peças vieram direto da ONU para essa turnê pelo Brasil, passando por Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, ficando expostas até o dia 24 deste mês, seguindo para Paris após essa data para uma breve mostra na capital francesa antes de voltar definitivamente para suas acomodações na grande metrópole americana. Para quem ainda não foi, fica a dica!

Abraços.

domingo, 17 de novembro de 2013

BAIRRO DAS INDÚSTRIAS


Estar lá é vivenciar um lugar de atmosfera completamente diferente das zonas mais tradicionais da cidade. Temos a sensação de estarmos na cena de um filme americano que se passa em Chicago ou em Detroit, tamanha a atmosfera industrial da região. Cidadãos que vivem em função das fábricas que circundam suas residências, crianças brincando nas ruas... em contraste com áreas públicas abandonadas, como praças de esporte e lazer. O excesso de viaturas policiais passa a impressão de se tratar de um lugar perigoso, apesar do perfil do bairro não transparecer isso. Barulhento, lá escutamos todos os tipos de som, o tempo todo, em qualquer lugar. Marteladas, labaredas, vapores. Pude escutar também alguns zunidos constantes; chiados que lembram roldanas e engrenagens. Ao sair da Cidade Industrial, as enormes fábricas vão ficando para trás, dando lugar às ruas e avenidas relativamente calmas e tipicamente residenciais que acomodam simpáticos e simples edifícios de quatro pavimentos, em uma atmosfera que lembra a região do IAPI, porém bem mais plana e arborizada. Estamos no Bairro das Indústrias, bairro operário que, apesar do nome, praticamente não possui fábricas em seu núcleo. O bairro foi concebido para abrigar os trabalhadores da Cidade Industrial, do Jardim Industrial e de outras zonas fabris que rodeiam a região, no lado oeste da Grande BH. É rodeado por imponentes indústrias, mas conseguiu preservar a atmosfera bucólica em seu interior. Apesar disso, o cheiro de plástico, de ferro fundido, dos químicos e da madeira queimada são odores comuns no bairro, devido à proximidade com a zona industrial ao seu redor. Situa-se a aproximadamente 16km do Centro de BH, na Região Administrativa do Barreiro; e é cortado por grandes avenidas, como a Via do Minério, Tereza Cristina, Tito Fulgêncio, além do Anel Rodoviário. Mas o bairro é mais que isso, mais que dados ou informações. É um lugar bastante empolgante, especialmente para fotógrafos inquietos. Vale uma visita!

Tenham uma ótima semana!

sábado, 16 de novembro de 2013

TRIBAL FUSION


Hoje a foto do dia será um pouco diferente. Não teremos viadutos, densidades, arquitetura, serras ou o cotidiano do belo-horizontino... mas sim, uma fotografia produzida pelo Estúdio Metrópole em uma realização artística pra lá de interessante. Para não dizer que não tem BH na foto; a escadaria onde as moças da Cia. Ansatta Bellydance se encontram acomodadas pertencem à Igreja São José, na Av. Afonso Pena. 

Vejam as outras fotografias da produção: Estúdio Metrópole

Abraços e boa noite!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

AFONSO PENA ANALÓGICA


A Avenida Afonso Pena é uma das principais vias da Zona Central de BH. Seus 5 quilômetros de extensão se estendem de noroeste a sudeste, encontrando-se no trecho grande diversidade e riqueza arquitetônica em estilos de diferentes épocas. Larga, a via possui em alguns trechos mais de dez faixas de rolamento para veículos. A avenida forma um enorme cânion de aço e concreto, graças ao adensamento de edifícios. É uma das vias mais democráticas da metrópole, ligando o coração comercial da urbe, na Praça Sete, ao coração empresarial e financeiro, na Savassi. Calcula-se que quase dois milhões de pessoas passam pela Afonso Pena todos os dias.

Tenham uma ótima noite!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

AVENIDA BRASIL


A Avenida Brasil é uma das mais importantes vias da Zona Central de Belo Horizonte. Ela liga duas das mais belas praças da cidade, a Praça da Liberdade e a Praça Floriano Peixoto, conhecida popularmente como Praça do BG (por estar em frente ao Batalhão da Guarda Municipal). Pequena, seus quase 3km de comprimento são estritamente comerciais e empresariais, com inúmeros edifícios destinados a esse fim. Na via também encontramos órgãos públicos, escolas e hospitais. Apesar da intensa movimentação diária, a Avenida Brasil é muito charmosa e arborizada, possuindo em uma de suas extremidades uma quadra cortada por uma enorme fileira de palmeiras, como mostra a fotografia de hoje.

Tenham um excelente domingo!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

AS CORES DA RUA PADRE EUSTÁQUIO


Quem passa pela Rua Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, não costuma reparar a riqueza cromática que há na via, devido ao seu patrimônio arquitetônico datado da primeira metade do século passado, período o qual as residências e edificações comerciais recebiam pinturas das mais intensas cores. Delgada e extensa, a rua é referência aos moradores da regional a qual ela se acomoda, cortando os importantes bairros Carlos Prates e Padre Eustáquio, esse último homônimo à via. Antigamente, na época da fundação da cidade, a rua era uma estrada que ligava Contagem à zona central de BH e era o principal acesso ao centro da capital para quem vinha do lado oeste da metrópole. A rua foi povoada respeitando o curso da antiga estrada e só trocou de nome após o falecimento em 1943 do padre holandês Humberto Van Lieshout, chamado popularmente de Padre Eustáquio, que morava em BH e era bastante conhecido. Apesar de possuir um acervo histórico muito importante, a maioria das casas e comércios carecem de reforma, pois estão pichados e muito sujos. Ainda sim, é uma rua que me chama bastante a atenção, tanto pela movimentação frenética quase 24h, quanto pelas casas furta-cor e o estilo delas.

Tenham uma ótima noite!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

SKYSCRAPER


A foto de hoje não terá um texto meu... cederei a palavra ao mineiríssimo Rubem Alves, que descreveu como ninguém a essência do olhar fotográfico. Degustem:

“Lá vão pelo caminho a mãe e a criança, que vai sendo arrastada pelo braço – segurar pelo braço é mais eficiente que segurar pela mão. Vão os dois pelo mesmo caminho, mas não vão pelo mesmo caminho. Bleke dizia que a árvore que o tolo vê não é a mesma árvore que o sábio vê. Pois eu digo que o caminho porque anda a mãe não é o mesmo caminho porque anda a criança.

Os olhos da criança vão como borboletas, pulando de coisa em coisa, para cima, para baixo, para os lados, é uma casca de cigarra num tronco de árvore, quer parar para pegar, a mãe lhe dá um puxão, a criança continua, logo adiante vê o curiosíssimo espetáculo de dois cachorros num estranho brinquedo, um cavalgando o outro, quer que a mãe também veja, com certeza ela vai achar divertido, mas ela, ao invés de rir, fica brava e dá um puxão mais forte, aí a criança vê uma mosca azul flutuando inexplicavelmente pelo ar, que coisa mais estranha, que cor mais bonita, tenta pegar a mosca, mas ela foge, seu olhos batem então numa amêndoa no chão e a criança vira jogador de futebol, vai chutando a amêndoa, depois é uma vagem seca de flamboyant pedindo para ser chacoalhada, assim vai a criança, à procura dos que moram em todos os caminhos, que divertido é andar, pena que a mãe não saiba andar por não ter os olhos que saibam brincar, ela tem muita pressa, é preciso chegar, há coisas urgentes a fazer, seu pensamento está nas obrigações de dona de casa, por isso vai dando safanões nervosos na criança, se ele conseguisse ver e brincar com os brinquedos que moram no caminho, ela não precisaria fazer análise …

A mãe caminha com passos resolutos, adultos, de quem sabe o que quer, olhando para a frente e para o chão. Olhando para o chão ela procura as pedras no meio do caminho, não por amor ao Drummond, mas para não dar topadas, e procura também as poças d’agua, não porque tenha se comovido com o lindo desenho do Escher de nome Poça d´água, uma poça de água suja na qual se refletem o céu azul e os ramos verdes dos pinheiros, ela procura as poças para não sujar o sapato. A pedra do Drummond e a poça de água suja do Escher os adultos não vêem, só as crianças e os artistas …

A mãe não nasceu assim. Pequenina, seus olhos eram iguais aos do filho que ela arrasta agora. Eram olhos vagabundos, brincalhões, que olhavam as coisas para brincar com elas. As coisas vistas são gostosas, para ser brincadas. E é por isso que os nenezinhos têm esse estranho costume de botar na boca tudo o que vêem, dizendo que tudo é gostoso, tudo é para ser comido, tudo é para ser colocado dentro do corpo. O que os olhos desejam, realmente, é comer o que vêem. Assim dizia Neruda, que confessava ser capaz de comer as montanhas e beber os mares. Os olhos nascem brincalhões e vagabundos – vêem pelo puro prazer de ver, coisas que, vez por outra, aparece ainda nos adultos no prazer de ver figuras. Mas aí a mãe foi sendo educada, numa caminhada igual a essa, sua mãe também a arrastava pelo braço, e quando ela tropeçava numa pedra ou pisava numa poça de água, porque seus olhos estavam vagabundeando por moscas azuis e cachorros sem-vergonha, sua mãe lhe dava um safanão e dizia: “Olha pra frente menina!”.

“Olha pra frente!” Assim são os olhos adultos.

Coitados dos adultos! Arrancaram os olhos vagabundos e brincalhões de crianças e os substituíram por olhos ferramentas de trabalho. Os olhos tornam-se escravos do dever. Os olhos solicitam: “ Brinquem comigo! É tão divertido! Se vocês brincarem comigo, eu ficarei feliz, e vocês ficarão felizes …”.

Boa noite!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

CENTRO DE REFERÊNCIA DA MODA


Inaugurado em 1914, o edifício que acomoda hoje o Centro de Cultura Belo Horizonte é um marco na história da arquitetura na cidade. O prédio neogótico, que também abriga o Centro de Referência da Moda, foi erguido em estilo manuelino e se destaca por entre os arranha-céus da região central da metrópole, tamanha sua imponência e magnitude. Em seus quase cem anos de vida, acomodou importantes órgãos históricos e culturais, como o Conselho Deliberativo Municipal; uma Biblioteca Pública; a primeira rádio da cidade (a Rádio Mineira); a Escola de Arquitetura da UFMG; a Câmara Municipal; e por último, o Museu de Mineralogia, o qual hoje se encontra na Praça da Liberdade. Atualmente ele sedia um centro cultural e um centro de referência da moda, cujas acomodações são dotadas de biblioteca (a qual possui acervo enfocado em obras sobre artes, cultura e humanidades); hemeroteca (coleção de jornais e revistas); salão de leitura; galeria para exposições; auditório; terminais de computador com acesso gratuito à internet; dentre outras conveniências. Lá são executados diariamente debates temáticos, exposições artísticas e mostras de audiovisual. O local também pretende mobilizar o mundo da moda, promovendo debates, estudos, desfiles, exposições, seminários e cursos.  Sem dúvida um dos mais interessantes edifícios históricos de Belo Horizonte; tanto pelo seu conteúdo, quanto pelo seu patrimônio arquitetônico.

Tenham uma ótima noite!

domingo, 10 de novembro de 2013

AGITO METROPOLITANO


Hoje foi dia bastante agitado no Centro de BH. Além da movimentação natural do domingo, por conta das exposições nos museus e espaços culturais da região; do típico e tradicional Quarteirão do Soul, que movimenta o coração belo-horizontino semanalmente; além dos boêmios de plantão; o Hipercentro foi tomado por cruzeirenses que comemoravam a goleada do Cruzeiro sobre o Grêmio, vitória a qual praticamente garante o título para o time celeste no campeonato vigente. Foi interessante presenciar os dançarinos ensinando passinhos de soul e funk para os torcedores, estes animadíssimos com a conquista. Inclusive, invadiram o obelisco da Praça Sete e tomaram as avenidas que o circundam. Durante a semana falarei mais sobre o Quarteirão do Soul e o movimento da black music que conquista Belo Horizonte desde a década de 60.

Abraços a todos e tenham uma excelente semana!

sábado, 9 de novembro de 2013

SUN DAY ON SATURDAY


Contrariando todas as expectativas, o dia hoje nos presenteou com um maravilhoso céu azul de suaves nuvens brancas, sol brando e brisa fresca. Fazia tempos que não víamos o sol na metrópole mineira. Hoje fomos dar aula prática pela manhã temendo chover... e, do contrário, nos surpreendemos com nosso imenso domo celeste completamente índigo. Sábado de manhã gostosa, turma animada e muita tinta! Sim, tinta. Hoje nossas turmas do curso de fotografia deixaram a câmera de lado, pegaram o pincel e puseram-se a brincar com as cores na sua forma de pigmento, para complementar a aula sobre Teoria das Cores. Levamos a galerinha ao Parque Orlando da Silveira, no bairro Silveira, na Região Nordeste da cidade, onde podemos conferir essa interessante vista para o bairro Cidade Nova. Minha esposa, Lígia Tôrres, artista plástica e especialista em matizes e suas variações, comandou a trupe e eu me pus a registrar os momentos únicos. Tudo muito bom! Para quem não conhece, fica a dica: Parque Orlando da Silveira, na rua Juruá.

Boa noite a todos e até amanhã!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

PRAÇA SETE


A Praça Sete de Setembro é o coração consagrado da grande metrópole mineira, situada na Zona Central da cidade, mas especificamente em seu Hipercentro. É onde é bombeada a energia que pulsa no cotidiano de mais de sete milhões de habitantes, considerando-se o subalterno colar metropolitano. Fincada no cruzamento de duas grandes avenidas, Afonso Pena e Amazonas, a praça não é necessariamente uma praça, apesar de haver diversas áreas de convivência ao seu redor. Ela é elevada ao patamar de 'praça' por conta de uma antiga tradição belo-horizontina, a qual costuma nomear cruzamentos de grandes avenidas centrais como se fossem praças. Principal ponto de referência de Belo Horizonte, o lugar é um dos corredores mais cosmopolitas do Brasil, recebendo um fluxo de cerca de dois milhões de cidadãos e turistas diariamente, segundo estimativas recentes. Vale a pena parar para tomar um cafezinho no tradicional Café Nice e observar a intensa movimentação desse interessante núcleo urbano.  

Abraços à todos e até amanhã!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

RUA ESPÍRITO SANTO


Contando com aproximadamente 3km de extensão, a Rua Espírito Santo é um dos mais importantes corredores que cortam a Zona Central de BH. Seu traçado urbanístico permite um fácil escoamento de veículos que saem do Centro rumo às grandes avenidas que rasgam outras regionais da cidade. Democrática, a via começa em um dos mais nobres bairros da metrópole mineira, o Lourdes; e termina cortando uma região de comércio popular intenso, entre as ruas Guaicurus, Caetés e Av. Santos Dumont, passando por diversos locais de destaque na urbe, como o Minas Tenis Clube, o Edifício Acaiaca e a Igreja São José.

Tenham uma ótima noite! 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

MIRAGE


Um brinquedão, literalmente! Mirage é o nome desse colossal brinquedo, que é atualmente a maior roda gigante do Brasil. Conta com 37 metros de altura e está instalada permanentemente no tradicional Parque Guanabara, na orla da Lagoa Pampulha, bem em frente à Igrejinha. Inaugurado em 1951, o Guanabara é o parque de diversões mais antigo de Belo Horizonte funcionando atualmente. Ele levou a alegria a varias gerações, contando com brinquedos da data de sua inauguração, como as pistinhas com carros giratórios, os quais remetem aos saudosos Chevrolet Bel Air da época. A Mirage não esteve sempre lá, pois substituiu recentemente a pequena roda gigante que se acomodava no local. Vale uma visita, especialmente a noite, quando a roda fica com uma iluminação espetacular, além de proporcionar em seu topo uma vista maravilhosa para a região da Pampulha iluminada.

Tenham uma excelente noite!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

THE DARK SUNSHINE BEGINNING


Segunda-feira, quatro de novembro, sete horas da noite, vinte e cinco graus... dia corriqueiro no miolo central da terceira maior metrópole brasileira. Ouço ruídos, barulhos dos carros, trens, motos e conversas... diálogos de cidadãos cada vez mais constantes, mais cyberligados, mais rápidos e menos observadores. Máquinas de um sistema organicamente automatizado. Acessórios de um aparelho. Peças de um gigante quebra-cabeça. O que queremos nós afinal? Estamos sempre com pressa, mas não sabemos onde ambicionamos chegar. Há ambição além do convencional? Criamos ilusões para nos reconfortar e isso faz com que nos acomodemos e entremos em estado de letargia. Ainda que poucos, grandes são os homens que buscam o paraíso em vida. Temos tudo na mão, nos resta saber explorar essa imensa realidade. Infinitas possibilidades estão ao nosso dispor. Fé na tábua!

Boa noite!

sábado, 2 de novembro de 2013

TORRE


Assim como a foto de ontem, eis mais uma experiência analógica, dessa vez usando uma teleobjetiva Tokina 70-210, montada em uma Canon AE-1 de 1976. Na foto, a torre da Estação Central, edifício o qual também sedia o majestoso Museu de Artes e Ofícios. Como costumo dizer, toda grande cidade possui sua estação principal de trens e metrô. Paris possui sua Gare du Nord; Nova Iorque tem a Grand Central Station; Londres a Estação de King's Cross; São Paulo a Estação da Luz... e BH não fica atrás. A Estação Central de Belo Horizonte é um dos principais terminais de trem e de metrô da urbe. Além do metropolitano, a estação recebe diariamente os passageiros da Estrada de Ferro Vitória - Minas, a qual acomoda uma linha que vai ao Espírito Santo, passando (e parando) por diversos municípios mineiros. É lá também que é organizada toda a infra-estrutura para receber os trens de carga que chegam a cidade, trabalho feito com muito esmero aliás, já que a Grande BH é o maior entroncamento rodoviário do país. A Estação Central está localizada no Centro, em frente à uma dos maiores complexos viários de BH, a Via Leste - Oeste. A área externa da estação sedia grandes eventos culturais; show nacionais e internacionais e manifestações diversas. É um marco arquitetônico da cidade, sendo uma das primeiras e principais construções da época da inauguração de Belo Horizonte.

Tenham um excelente domingo!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

BEAGÁ


Seguindo a corrente levando em frente descendo a ponte que mora o carente que bebe aguardente rente ao requinte da forma inerente da vida incessante de um pobre gerente. Este é o abrigo que mora o perigo não pago nem ligo pro joio ou pro trigo eu quero um amigo que não ligue pro umbigo do antigo fulano  que não anda comigo que come figo no próprio jazigo. Moro em Beagá que só anda devagá se o carro estragá ou o se bebum embriagá com o próprio paladá ou pará pra cagá. Moro no Centro sem anfiteatro a um centímetro do bueiro nojento que cheira gasômetro. Minha vida é esta subir Bahia descer Floresta com sol na testa olhei pela fresta me chamaram de besta do boom econômico e o planalto faz festa. Peguei o metrô pra casa num vô feliz num estô sou dono da rua nem lar me sobrô.

Boa noite, dotô!